sexta-feira, 16 de maio de 2008

Pós-travessura


Pós-travessura, a euforia gostosa vai se diluindo frente à realidade concreta que cai no meu colo e tenta se acomodar mediante as minhas vontades, incertezas e inquietações. O dia seguinte torna-se mais um dia ansioso, demorado e solitário, mais um dia sem você.


E agora, o que fazer?!!! Arregaçar as mangas e lutar com todas as armas que eu disponho no momento, partindo do ponto zero sem segurança nenhuma que poderá dar certo, ou debruçar-me na janela da vida, dando continuidade as minhas realizações e esperando o novo surgir, e, definitivamente, tentar por uma pedra em cima desse assunto?!!! É preciso pensar, pensar e pensar... Eu não posso ficar sem tomar alguma atitude, pois, um desfecho real e definitivo, é preciso ser tomado. A minha vida afetiva está girando no mesmo ponto e, nesses meses, eu não tenho conseguido me libertar de você, mesmo tendo surgido outras possibilidades, não tão cativantes assim. Do jeito que está eu não posso ficar.

- “Se eu deixasse essa história ficar mal resolvida, não seria eu mesmo. Considerando, que nada do que eu vivi até hoje, tenha sido tão diferente e significativo do que eu tenha vivido com você – muitas mudanças, informações e sucessivos fatos aconteceram ao mesmo tempo, sem contar o arrebatamento dos nossos sentimentos. Eu não teria como fazer de conta que você não existe ou te ignorar gelidamente, se você ainda é tão importante para mim.”


Algo está muito claro pra mim, nesse momento. Não será a contento eu ficar esperando por um acontecimento surpreendente da vida ou uma ação diferente da sua parte, pois ficar esperando não iria resolver isso para mim, seja o que eu decidir, da forma como será decidida, a iniciativa terá que ser tomada por mim, ou criando condições para que você volte ou parta de uma vez. Eu estou caminhando em direção de uma ação e não de um súbito milagre, embora, o miraculoso seja importante, pelo menos, para nos fazer crer que acontecem mais coisas entre o céu e a terra que os nossos olhos dopados e bitolados podem enxergar e a vã filosofia pode imaginar.


Eu cheguei num determinado ponto da minha vida em que eu eliminei uma gama de bobagens ao meu redor (embora, eu ainda precise eliminar algumas outras). Com certeza, não seria um esforço sobre humano pra mim, te dizer o quanto eu gosto de você ou o quanto você é importante para mim ou sugerir que você voltasse para mim, como também, nem diminuiria os meus valores e a pessoa que eu sou por causa disso ou causaria maiores transtornos ao meu íntimo ansioso (pois, ele já está atarantado demais pelo impasse no qual estou vivendo) ou me envergonharia de assumir que eu quero você de volta na minha vida. Embora, eu não tenha esse tipo de problema em me expor, independente de como você irá interpretar esse gesto ou no que os outros irão pensar, pouco importa isso agora. O crucial é que eu preciso ser verdadeiro com o que eu sinto e ter as coordenadas corretas para onde seguir e como agir, muito embora, o que eu sinto agora não permite e nem é propício para fazer grandes revelações, justamente, porque eu não tenho estímulos à altura ou esteja sendo encorajado por você, para eu me jogar de vez em nós 2 e fazer o que tem que ser feito – trazer-te de volta pra mim.

- “Não me apetece agir em solo arenoso e movediço e aterrar os meus sentimentos por ter sido precipitado em agir e agir sem ser cativado. Mais do que certezas, eu preciso que você me cative, porque não estou exposto amargar um sentimento que não tenha reciprocidade – já que o que nós tínhamos muito lá atrás, reciprocidade era um ingrediente fundamental.”


O que passa dentro do seu coração e da sua mente?!!! Faça-me enxergar, independente do que for, porque, eu não consigo realizar através do seu silêncio e das suas fugas. Alguns raros gestos dúbios da sua parte confundem os meus sentidos.

O que você sente por mim e o que significou o que nós vivemos?!!! Quais são os seus medos?!!!

O que você precisa saber?!!! É fácil, é tão simples, apenas me pergunte que eu respondo. Quais são as suas dúvidas?!!! Quais as certezas você necessita?!!! Das certezas que eu trago comigo, uma delas é que eu te quero de volta.

O que você quer que eu te diga?!!! Que eu te amo?!!! Te digo: “Eu te amo” como tantas outras vezes eu te disse com sinceridade.

O que você quer que eu faça?!!! Qual prova você espera de mim?!!!

- “Eu não espero nada mais, nada menos, do que: Você se exponha, não se escondendo atrás dos seus mecanismos de proteção e proferindo as verdades, inclusive aquelas que eu não quero escutar, contanto que, com a máxima verdade, até mesmo para você me libertar de uma vez. Se você não pretende voltar, pelo menos, me liberte para que eu siga de uma vez – É o mínimo que você poderia fazer por mim.”


Tudo bem, que a travessura foi minha. Todos os riscos foram assumidos quando eu fui te procurei, mas, algo muito maior ficou em aberto lá atrás, parte das respostas que eu busco hoje. O maior erro foi não termos tido a última conversa, porque, “fodasticamente”, pelo menos 1 de nós 2, ficou preso. Eu fiquei preso e não estou mais disposto a ficar. Liberte-me, liberte-me... faça-me enxergar tudo o que eu preciso enxergar.


- “A ficha caiu nesse momento, mais do que nunca, que eu deveria ter ido naquela noite a sua casa, ao seu encontro, após a nossa conversa no “MSN” no dia 13/out, para tentar preservar o que nós tínhamos, mesmo com todos os empecilhos, ou ter posto o ponto final ali. Orgulhosamente, na época eu não fui e hoje eu amargo as conseqüências da minha falta de atitude. Burramente, deixei-me manipular pela opinião de quem eu jamais poderia ter dado ouvidos. (Pelo menos, tive a oportunidade de te dar a razão durante a travessura, minhas desculpas a você, eu estava vendado e não sabia de quem se tratava.)”

- “Se você tem medo ou dúvidas em voltar, diga-me para que eu possa desatar esses nós. Se você realmente, superou o que vivemos e os seus sentimentos se resolveram com o tempo, diga-me para que eu possa desatar os meus nós. Não me satisfaz ficar entrelaçado a você, se eu não posso desfrutar dos seus sentimentos, do seu calor e dos seus sonhos.”


Não sei se é possível apagar você completamente da minha vida, porque, sempre haverá vestígios de você em mim, já que, desde o princípio, um dos motivos que me trouxe aqui e buscasse um novo sentido a minha vida, sem dúvida alguma, em parte, foi por sua causa. E também sei que você não tem responsabilidade alguma sobre os meus sentimentos e ilusões, justamente porque eles são meus, mas, um único gesto poderia fazer toda a diferença, ajudar-me a clarear algumas coisas para mim.

- “Estou angustiado, sim. Considerando que você ainda sente algo por mim e por orgulho e teimosia você não quer dar o braço torcer, pois tem tem medo de se decepcionar novamente e dúvidas do que você ainda sente e espera de nós, por nós. Mas, se essa hipótese for errada, for um equívoco da minha parte, por favor, ajude-me a sair dessa angústia. Ajude-me a enxergar a realidade que eu não estou conseguindo ler, pois ela oscila em todas as respostas que são cabíveis aqui.”


Ajuda-me, Liberta-me


Abra o seu coração, abra o seu coração...
Supere as suas indecisões
Divida as suas impressões comigo
Pois, as respostas que eu ainda trago comigo
São todas aquelas que você me disse
E todas as ênfases, silêncios e metáforas
Que ainda alimentam a esperança

De um dia, ainda ter você de volta pra mim
E as doces ilusões
De que você ainda gosta de mim
Que se renovam a cada raro contato
E que me prendem a você
Em lentas e dolorosas prestações

Por favor, ajude-me
Mesmo com a pior verdade
Por favor, liberte-me
Tranqüilize o meu coração
Dando-me a paz de espírito que eu tanto preciso
Para continuar
Ou seja, indo ao seu encontro
Ou seja, indo para um novo encontro

(Daniel Igor, 14/05/2008)

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