Mais um final de semana passou.
Na sexta, tudo o que eu queria era ficar em casa, comigo mesmo, assistindo “A Favorita” e “Guerra & Paz”.
- “Tão caseiro, né?!!! Mas, eu estava nesse clima, avesso a maiores badalações.”
No sábado, a priori, ao acordar, eu tinha em mente sair à noite para dançar, dar um “UP” na minha vida e beijar, naturalmente. Mas, o meu ânimo mudou com o cair da tarde e mudei os planos. O cansaço do “estilo paulista(no) cansado de se paquerar”, exauriu qualquer vontade de me arrumar e de estar exposto as investidas esdrúxulas e desastradas e a falta de atitude do povo.
- “Literalmente, eu fui vencido pelo cansaço. Antes de “virar abóbora”, eu já estava entregue “aos braços de Morpheu”, em busca de um sono reparador.”
No domingo, diferente da sexta e do sábado, eu me deixei ser guiado pelo mais completo acaso. Assim como eu, as meninas só queriam sair, sem paradeiro, sem destino algum. Então, saímos sem norte, buscando decidir para onde íamos, sem bússola, sem mapa, sem compromisso, sem pressa, sem nada.
- “Ficamos indo de um lado para o outro. Do Paraíso ao Bexiga, do Bexiga ao Centro, do Centro à Bela Cintra... Até do que do nada surgiu a idéia excêntrica de irmos ao Cemitério da Consolação visitar os jazigos nobres.”
Passeio mórbido ou fúnebre?!!! Que nada. Excêntrico demais, diga-se de passagem. Apesar dos góticos, exaltando a morbidez e o silêncio do cemitério e a morte, das tiazinhas que buscavam o túmulo de Dona Ruth Cardoso, ex-primeira dama presidenciável, dos macumbeiros, fazendo despacho, tomando banhos de rosas nos velódromos e invocando todos os “exus” do mundo inteiro, dos parentes visitando os seus entes queridos e dos funcionários do cemitério, estávamos nós três, observando os jazigos de mármore, as esculturas de “artedecor” e a imponência das famílias quatrocentonas e importantes de São Paulo.
- “Tanta polpa e ostentação para o momento mais democrático do mundo, a passagem. Até na “linha final”, pelo menos no que concerne essa dimensão terrena, o materialismo e o poderio simbólico do status social e da tradição familiar se faz presente. Se por um lado, a ostentação presente nos mausoléus e nas lápides de mármore e de materiais nobres e o fino trato designado a sua manutenção, quase que impecável se não fosse o corroer do tempo, dão um lado nobre e elitista ao local, porque não dizer um museu fúnebre com esculturas e personalidades históricas, já por outro, a necessidade burguesa de se sobressair no meio da multidão.”
Enquanto visitávamos os túmulos da família Matarazzo, o maior mausoléu da América Latina, dos irmãos Andrade, Mario e Oswald de Andrade, do ex-presidente Campos Salles e dos Duques e Barões do interior paulista, os nobres da fase da República, não conseguimos encontrar embaixo dos Ipês Roxos a Dona Ruth Cardoso. Ao meio da nossa busca, o celular toca, e surge um convite para irmos ao 4º Festival de Cholocate em Ribeirão Pires.
- “E aí?!!! Vamos?!!!”
- “Eu não tô fazendo nada, nem você também... Vamos!!!”
Então, três almas sem destino, foram bater nesse festival. No meio do caminho, soubemos que haveria show do Bruno e Marrone por lá. Nem preciso mencionar que a popularidade da dupla dificultou muito o acesso ao evento. Resumindo, o “stress” do tráfego e a falta de lugar para estacionar, até os estacionamentos estavam lotados, além daqueles que queriam superfaturar em cima do show, e do mundaréu de gente que estava “xarlando” por lá, nós acabamos não encontrando um casal de amigos que nos esperava, muito menos, comendo chocolate e tomando choconhaque – Afinal de conta, foi o real motivo que nos fez sair de Sampa e ir para lá.
- “Eles estão acabando de adentrar o recinto. Com vocês, Bruno e Marrone!!!”
Eu, heim!!! Mediante aquele caos todo e sem tesão algum para conferir o show, resolvemos dormir em Mauá, pedir uma pizza e regressar para Sampa na segunda. E foi assim, saindo sem destino, que o domingão se configurou.
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