domingo, 31 de janeiro de 2010

"Descarteando" o meu sentir




Toda vez que eu me deparo com a vertente romântica "Twilight", a crença do amor eterno e imortal, menos eu me identifico com ela, em parte, por não acreditar nesta possibilidade, claro que considerando o contexto pernicioso em que vivemos, onde não há mais foco e sim vários alvos para você cravar o seu dardo, como também por concordar quando Vinícius de Morais destaca em sua obra: "O amor seja eterno enquanto dure" - com início, meio e fim (Naturalmente, quando se gosta, ninguém concentra-se no fim).

Não tem jeito, eu só posso falar por mim mesmo. Feliz ou infelizmente, com ambos aspectos, eu não tenho uma visão ingênua e fantástica do amor, das relações. Os dados de realidade que eu tenho não me permitem esse tipo de extravagância. Porém, eu respeito o direito de cada um acreditar no que melhor lhe parecer.

Mas, não existe escudo eficiente o bastante para nos proteger das adversidades amorosas, seja em que nível for, indo das pequenas às grandes decepções. Iludi-se na sua mesma proporção inversa e ninguém está impune de ver os seus sentimentos não correspondidos, desprestigiados, desrespeitados.

Infelizmente, a raça humana vem se tornando cada vez mais indisplicente, irresponsável e insensível com o sofrimento alheio, principalmente quando é o causador desse desconforto que pode arranhar a alma, porque muitos sonhos, planos e ingenuidades ficaram ou ficarão pelo meio do caminho e os corações, sobretudo os mais frágeis, destroçados.

Mesmo blindando-se, não é o suficiente para se lidar com os desencontros. Tudo isso requer uma auto-estima bem trabalhada e sabedoria para lidar com tais situações cabulosas.

O amor não nos traz garantias, de nenhuma hipótese, muito menos, prazo de validade e correspondência. Mas, para vivênciá-lo em sua concretude, ao meu ver torna-se necessário:

1. Hombridade para se arrepender dos próprios erros e não ter vergonha de se redimir;

2. Despir-se do seu orgulho, principalmente, aquele que atrapalha o nosso lado humilde;

3. Ter sabedoria para lidar com os erros dos outros e;

4. Permitir-se a dar e a ter novas oportunidades, por mais que a mágoa tente bloquear esse momento de trégua e reconciliação.

Talvez, esse seja o caminho que eu deva seguir.

- "Dan, ãn, paraaaaaaa!!! Você quer enganar a si mesmo?!!! Você é genioso demais para ser martir." rs...


Confesso que eu não cheguei nesse grau de evolução, mas, pelo menos, a compreensão do que pode ser feito, mudado, transformado não me escapa. Mas, eu também se e tenho consciência de que vai ser muito complicado de eu me abandonar a minha blindagem, porque, querendo ou não, ainda é ela que me mantém em pé e irremediavelmente lúcido.

- "Por mais que pra mim represente o cúmulo do contrasenso, eu preciso entrar num processo de desobjetivação, onde a minha libertação está em sentir mais e pensar menos, pois as minhas convicções estão me engessando."


Tornei-me "descarteano": "Penso, logo existo"; porém não sinto - pelo menos, o que eu deveria sentir. Talvez, aí esteja a explicação da minha blindagem, da minha síndrome de "homem de lata", contribuindo para que eu não me apegue aos outros com tanta facilidade e me desencante em pouco tempo de convivência.

- "Eu preciso não apenas pensar, mas sentir a partir de uma espontaneidade que ela exija e, tal recurso, tenha ficado escondido pela minha condição descarteana."

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"As lágrimas não reparam os erros!!!"

The Verve - Bitter Sweet Symphony (with lyrics)

♫ Pitty - Na sua estante

"Eu não ficaria bem na sua estante..."