Por ter sido uma criança que cresci entre adultos e um jovem que iniciei as minhas odisseias amorosas vivendo relacionamentos com diferença de idade, emocionalmente, sempre apresentei uma postura mais sensata e madura do que os garotos da minha idade. Sempre dei um baile em quem subestimava a minha pouca idade.
Se por um lado, ser um pouco "mais cabeça" te traz liberdade na relação, também te coloca em situações de vulnerabilidade - como tem gente sacana nesse mundo. Mas, até isso, tive sorte, porquê eu não me deixava sacanear. Obrigado, meu amor próprio, meu senso de dignidade e um ego sem muita paciência para gente sequelada e sacana.
Com o tempo, você vai aprendendo a ter jogo de cintura e lidando com certas inconveniências e incômodos. Mas, às vezes, você também tropeça, paga alguns micos e king kongs, passando vergonha alheia. Pois é, embora as minhas vergonhas não tenham sido tão graves assim, de uma vez ou outra, exporadicamente, surge na minha memória alguns lampejos que me incomodam.
Incomodam porquê, de alguma forma, eu não me reconheço mais tendo algumas atitudes, escolhas e resoluções da época, tendo em vista que eu cresci. Ou também podem incomodar, porquê eu me coloquei numa situação tão torpe, infantilmente desastrada. Ou, porquê bateu a ressaca moral no dia seguinte e aquele gostinho de arrependimento com fel.
Quando esses lampejos vem, putz, eu não deixo nem se concluirem, corto o pensamento na hora. Me sinto tão exposto, como se tivesse uma parte mim, talvez frágil, que eu não quisesse que tivesse vista por quem não mereceria nem tão pouco ser lembrado. Quem nunca, né?!!!
São raros e poucos flashes, mas, quando eles surgem na minha memória, dá aquele vergonhazinha alheia bem safadinha. Olha que nem grave foram, mas, tem coisas que nem deveríamos repetir e, muito menos lembrar.
El mejor és dejar tals recuerdos en el olvido. Simple así.
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