segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Após passado o impacto do resultado final dessas eleições...





Brasil, o que foi que aconteceu?!!! 

Nem no pior dos meus pesadelos ou na minha análise mais pessimista do panorama eleitoral nestas eleições (2018), embora houvesse a real possibilidade de acontecer o que aconteceu, eu ainda confiava na voz da resistência e/ou não deixei de acreditar na virada dos votos nessa reta final, graças à força popular que o ato democrático #EleNao ganhou nas ruas nestes últimos dias e nas redes sociais, mesmo que tardia, posicionando-se contra ao discurso e projeto político defendido por Bolsonaro, pautados no extremismo de direita e no anti-petismo, e as atitudes agressivas e criminosas com que alguns dos seus militantes e simpatizantes mais violentos e intolerantes cometeram em todo o país contra os seus opositores, durante todo esse período de campanha eleitoral. Sinceramente, eu esperava  que o povo tivesse acordado para os riscos que a nossa democracia e a liberdade individual de cada um de nós estavam sofrendo e também para que não tivéssemos que ser governados pela versão "tupiniquim" e "caricata" de um político como o presidente americano Donald Trump.  

Vejo que o Brasil dormiu no ponto e subestimamos a articulação política e populista do Bolsonaro junto aos seus aliados políticos, patrocinadores da sociedade civil, seguidores virtuais e eleitores simpatizantes as suas causas - 55% dos eleitores legitimaram a sua candidatura nas urnas, agora como (futuro e próximo) presidente que assumirá esse cargo em 01/01/19. Que sensação estranha!!!

O fato da sua campanha eleitoral ter se baseado no argumento anti-petista, com bastante êxito, pouco me incomodou como eleitor, porquê a rejeição ao PT foi construída a partir do próprio (des)mérito do Partido dos Trabalhadores via as escolhas que tomou para se manter ativo no poder, corrompendo-se politicamente no decorrer do processo, e, aos meus olhos, tornando-se uma grande decepção, tornando-se politicamente quem sempre combateu, embora tenha também feito socialmente pelo povo brasileiro mais carente. Em contrapartida, o que me incomodou e não conquistou o meu voto e o meu apoio foi o seu projeto de extrema direita e neoliberal, que amplia ainda mais as desigualdades sociais e a segregação entre as pessoas, como também o seu despreparo político em conciliar conflitos em prol de um discurso pacífico e anti-violento e a sua ideologia polêmica e controversa, baseada no discurso de ódio e em ideias preconceituosas e anti-democráticas (fascistas, reacionárias, autoritárias e segregadoras) que influenciam, incitam e legitimam o comportamento violento, intolerante e preconceituoso dos bolsominions, os pitbulls da militância e seguidores nas redes sociais. Em miúdos, nem Haddad, nem Bolsonaro, foram a minha escolha no primeiro turno e no 2º turno, precisei respaldar o meu voto na tentativa de salvar a Livre Democracia e o respeito à liberdade, cidadania e integridade de todos os brasileiros, sem distinção.  

Aos poucos a ideologia bolsonarista foi ganhando terreno e novos adeptos e multiplicadores em todo o país, veladamente e crescente junto as redes sociais e Whatsapp, longe do radar dos políticos tradicionais e velhos caciques e do farejar das raposas felpudas do Congresso Nacional, criando uma nova força política e partidária que o respaldou. Agora, em que momento 55% do eleitorado brasileiro se tornou intolerante, preconceituoso, colérico e sem apatia ao próximo e/ou a nossa sociedade sempre foi sádica e fascista e só agora saiu do armário de vez e nos demos contas desse cruel perfil dos nossos eleitores (em sua grande maioria) ?!!! Por outro lado, quase 45% da população anti-bolsonaro, a partir de hoje, terão que se tornar uma frente de resistência popular cada vez mais unida e atuante para resistir bravamente em prol da agonizante democracia brasileira, do respeito à cidadania de todos os brasileiros e da dignidade humana. Será que o Bolsonaro terá jogo de cintura e articulação política para governar para TODOS?!!!    

A minha real preocupação como cidadão brasileiro e inquietude política não é de ordem partidária, mas de cunho democrático e humanitário, baseando-me unica e exclusivamente no discurso político do (futuro) Sr. Presidente do Brasil. Politicamente ele não representa o modelo político que me representa por causa da sua visão extremista e autoritária, como também não conquistou a confiança necessária para que eu pudesse tê-lo legitimado nas urnas, além de desconfiar da sua competência gestora, sua destreza para estabelecer o diálogo e o debate de ideias de maneira civilizada e democrática e, quiçá, no tratamento com o povo em geral, incluindo as minorias e suas diferentes necessidades e bandeiras.

Enfim, o que podemos esperar de um regime político e partidário de extrema direita?!!! Pensamentos e ações radicalmente arbitrárias e o que tudo isso implica. O que será de todos nós quanto povo brasileiro?!!! Tomara que eu esteja errado e ele consiga iniciar um novo ciclo de crescimento econômico e social no Brasil. Aguardemos o próximo ciclo presidencial, até lá 4 anos de indefinição. 

A nossa Presidência mudou de mãos, porém o desafio de governar bem o Brasil e tentar solucionar a nossa problemática está aí, cada vez mais caótica e voraz, Nada, mais nada, empolgado e otimista. I'm so sorry, but... 

Ergue a cabeça, respira fundo e vai na fé. Segue o baile.                 

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