A sabedoria e os seus clichês. Nada mais comum e usual que não possa ser observado e também trazer alguma lição importante para as nossas vidas, apesar de toda trivialidade irritante. Estamos no final do ano e a magia do natal está aí, mesmo que alguns não consigam percebê-la ou tentem negá-la pelo desânimo que consome as suas almas e os seus corações. É nesse momento em que é natural perceber com mais nitidez alguns reclames e problemas submersos, nos mostrando que nem tudo são flores ou não são completamente perfeitos.
Mas, apesar dos nossos problemas ainda continuarem ali, existindo, magoando e não desaparecendo durante as festividades de finais de ano, se pararmos para observar atentamente e com sabedoria, sempre haverá alguém com alguns problemas ou insatisfações maiores e piores do que os nossos - cada um com a sua cruz, com o seu calvário. É claro que perceber a dor do outro não serve de consolo, mas, nos faz perceber que podemos estar aumentando as nossas tormentas com uma lupa e nos incentivar a dar o próximo passo diante da resolução. A resolução dos problemas depende da maneira como nos posicionamos diante deles.
Esse ano eu optei por uma noite de natal bem mais solitária e intimista, embora, não tenha deixado de interagir com as pessoas. Adoro esse período, acho a época do natal mágica, graças aos maravilhosos natais da minha infância junto com a minha família. Mas, todo o glamour perdeu-se um pouco desde a partida da minha mãe. Embora eu tenha optado pela tranquilidade, não posso dizer que foi ruim ou tenha algum reclame a fazer. Fiz o que eu considerava ser certo para mim.
Talvez, as minhas motivações se tornaram tão insignificantes se comparadas as outras insatisfações que eu percebi hoje, pós-ceia natalina. Observei as reações de alguns amigos do facebook, reclamando e chateados com as suas noites de natal: Algumas razões justas, outras nem tanto assim, mas, o fato é que há no mundo e ao meu redor pessoas em piores situações que a minhas. Vi amigos chorando as suas perdas recentes, pois, eu sei muito bem o que é a dor de perder um pai e uma mãe nesse período - isso sim, para mim, é sentir A DOR DA PERDA. Também vi amigos reclamando por passarem a ceia do natal sozinhos por não ter uma outra opção, longe dos parentes e dos amigos. Vi briguinhas desnecessárias de casal por terem passado o natal longe um do outro, como se isso fosse o fim do mundo e o exemplo máximo da carência humana e da dependência afetiva. Outros reclamando que não ganharam o bem material que desejavam... Enfim, cada um com as suas insatisfações e os seus monstros.
Se observarmos bem para a sabedoria que alguns clichês representam, não ignorando as suas próprias mensagens apesar de aparecerem óbvias, podemos encontrar a simplicidade e a leveza necessárias para encarar os nossos dilemas e encontrar a saída dos nossos labirintos. Em alguns casos, não é assumindo a condição de vítima ou injustiçado que será a melhor atitude para mudar a realidade ao nosso redor. É preciso olhar com mais clareza, com mais sabedoria para superar alguns clichês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário