Quando se trata de relacionamentos com diferença de idade, eu acredito que eu entenda um pouco sobre esse assunto, porquê todas as minhas relações, namoros, rolos e afins, tiveram esse padrão. Sempre gostei de namorar pessoas mais experientes e mais velhas do que eu por me sentir mais à vontade, cuidado e compreendido. Como eu sempre fui o filho caçula e consentido da minha casa, tirando os meus sobrinhos, isso se refletiu nos meus padrões afetivos e relacionamentos. O fato de você ser o mais jovem do casal necessariamente quer dizer que você seja infantilóide, pelo menos, sempre destacaram em mim o fato de ser bem maduro apesar da pouca idade. Nunca gostei de dramas e dilemas adolescentes. Sempre preferi aprender do que ensinar as artimanhas do amor.
Todavia, não quer dizer que a vida não tenha me colocado do outro lado, duas vezes. Quando você atravessa o outro lado, a perspectiva é outra. Por isso, eu tenha me perdido de várias maneiras, principal e definitivamente porquê eu não tenha instinto paternal e, muito menos, paciência para cuidar dos outros. Porém, ambas as experiências foram as mais intensas e desafiadoras da minha vida. As demais eu tirei de letra porquê eu estava na minha zona de conforto, sem ter que abrir mão ou me preocupar com o meu status de filho, em ser o mais novo e sem pressão por não ser o mais experiente - até certo ponto, a imaturidade é aceita e justificada.
Todavia, o tempo passou e eu não tenho mais vinte poucos anos. Natural e cronologicamente, se eu quiser continuar com esse padrão, de diferença entre idades, vai ter que despertar em mim o meu instinto paternal e assumir o papel de professor - ai que preguiça!!! Não sou chegado à jardim de infância. Também existe a limitação de que a faixa etária que me atrai vai até os 50 anos, dependendo do estado de atração e conservação. Não sou historiador ou museólogo para gostar de múmias ou pretenda assumir a condição de "bengala" ou "fralda geriátrica". Também me resta me relacionar com idades aproximadas da minha. Enfim, o leque de possibilidades vai ficando cada vez mais restrito com o passar dos anos.
Sobre esse assunto eu aprendi que; Se adapta melhor quem não tem preconceito quanto à diferença de idade, sobretudo quando as gerações não são tão aproximadas, porque as diferenças vão surgindo e pesando no decorrer da convivência; quem é autoconfiante e seguro de si mesmo, sobretudo pela questão de idade que tenha, seja ela maior ou menor com relação ao seu par, e maturidade; e não pode ser refém da ansiedade, querendo projetar e planificar uma vida à dois em longo prazo, porquê viver o presente é o mais factível e concreto, onde a relação é construída dia-a-dia, sem pressa, o time é mais imediato porquê não há tempo para ser desperdiçado.
Enfim, quem se aventura nesse tipo de relacionamento tem que ter estrutura emocional para lidar com o olhar preconceituoso dos outros, as suas próprias inseguranças, desconfianças, limitações e urgências. Pode dar muito certo, independente do tempo que essa relação possa perdurar, porque o que importa não é a quantidade, mas a qualidade dos dias vividos juntos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário