sexta-feira, 16 de junho de 2017

Quando há diferença de idade







Quando se trata de relacionamentos com diferença de idade, eu acredito que eu entenda um pouco sobre esse assunto, porquê todas as minhas relações, namoros, rolos e afins, tiveram esse padrão. Sempre gostei de namorar pessoas mais experientes e mais velhas do que eu por me sentir mais à vontade, cuidado e compreendido. Como eu sempre fui o filho caçula e consentido da minha casa, tirando os meus sobrinhos, isso se refletiu nos meus padrões afetivos e relacionamentos. O fato de você ser o mais jovem do casal necessariamente quer dizer que você seja infantilóide, pelo menos, sempre destacaram em mim o fato de ser bem maduro apesar da pouca idade. Nunca gostei de dramas e dilemas adolescentes. Sempre preferi aprender do que ensinar as artimanhas do amor.

Todavia, não quer dizer que a vida não tenha me colocado do outro lado, duas vezes. Quando você atravessa o outro lado, a perspectiva é outra. Por isso, eu tenha me perdido de várias maneiras, principal e definitivamente porquê eu não tenha instinto paternal e, muito menos, paciência para cuidar dos outros. Porém, ambas as experiências foram as mais intensas e desafiadoras da minha vida. As demais eu tirei de letra porquê eu estava na minha zona de conforto, sem ter que abrir mão ou me preocupar com o meu status de filho, em ser o mais novo e sem pressão por não ser o mais experiente - até certo ponto, a imaturidade é aceita e justificada.

Todavia, o tempo passou e eu não tenho mais vinte poucos anos. Natural e cronologicamente, se eu quiser continuar com esse padrão, de diferença entre idades, vai ter que despertar em mim o meu instinto paternal e assumir o papel de professor - ai que preguiça!!! Não sou chegado à jardim de infância. Também existe a limitação de que a faixa etária que me atrai vai até os 50 anos, dependendo do estado de atração e conservação. Não sou historiador ou museólogo para gostar de múmias ou pretenda assumir a condição de "bengala" ou "fralda geriátrica". Também me resta me relacionar com idades aproximadas da minha. Enfim, o leque de possibilidades vai ficando cada vez mais restrito com o passar dos anos.

Sobre esse assunto eu aprendi que; Se adapta melhor quem não tem preconceito quanto à diferença de idade, sobretudo quando as gerações não são tão aproximadas, porque as diferenças vão surgindo e pesando no decorrer da convivência; quem é autoconfiante e seguro de si mesmo, sobretudo pela questão de idade que tenha, seja ela maior ou menor com relação ao seu par, e maturidade; e não pode ser refém da ansiedade, querendo projetar e planificar uma vida à dois em longo prazo, porquê viver o presente é o mais factível e concreto, onde a relação é construída dia-a-dia, sem pressa, o time é mais imediato porquê não há tempo para ser desperdiçado.

Enfim, quem se aventura nesse tipo de relacionamento tem que ter estrutura emocional para lidar com o olhar preconceituoso dos outros, as suas próprias inseguranças, desconfianças, limitações e urgências. Pode dar muito certo, independente do tempo que essa relação possa perdurar, porque o que importa não é a quantidade, mas a qualidade dos dias vividos juntos.      

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