As minhas, as suas, as nossas ilusões, aos nossos impossíveis. Desde criança, nos fazem crer que cada um de nós temos que encontrar a persona certa que se encaixe em nossos sonhos e só ela será capaz de nos fazer feliz. Se não fosse o suficiente, também criam em nós a ilusão de ter um amor para a vida inteira.
Quando crescemos, nos damos conta que o mundo real é bem diferente e vamos nos frustrando pouco à pouco por cada desengano e desamor enfrentado. Na busca de um "sonho de amor", podemos acordar em um pesadelo, descobrindo que a dinâmica afetiva pode ser bem distinta daquela que nos fizeram crer: Contos de fada podem se transformar em farsas; a ilusão de um eterno amor, aquele para toda a vida, pode acabar; um único amor poderá dar espaço para muitos outros amores, se não iguais, mas diferentes em duração, intensidade e importância; enfim, outras ilusões podem cair por terra.
Pessimismo ou não, a verdade é que a solidão e os desencontros amorosos estão aí para contrariar esse ideal de eterno amor e que amar e ser amado na mesma proporção é para todos. Quem já se desiludiu, pelo menos uma vez na vida, sabe que amar dá trabalho, nem sempre ganha ou se é feliz no final e traz consigo a sua cota de entrega, renuncia, dor e sofrimento.
Quantas vezes não nos enamoramos por uma ilusão ou uma persona equivocada?!!! Ou passamos uma vida inteira correndo atrás de um amor idealizado e deixando de viver o que é real e possível?!!! Ou sonhamos com o impossível?!!!
Não descarto a possibilidade de que alguns casais tiveram a sorte e o empenho de construir um grande e duradouro amor, não porquê esse amor caiu do céu em seus colos, mas porquê se empenharam o suficiente para construir uma relação que esteja estruturada para manter-se à longo prazo.
Também por teimosia nos fixamos na ideia de viver amores para uma vida inteira tal e qual os mais românticos apregoam. O conceito de eterno nada mais é do que a ideia de impossível, não concretizado, interrompido. Veja o exemplo de amor entre Romeu & Julieta. Se a morte não tivesse interrompido à relação e o sentimentos entre eles, será que esse amor teria sobrevivido à rotina, aos obstáculos que toda relação se depara, as interferências alheias, as tentações e os desajustes e conflitos entre o casal?!!! Nem William Shakespeare, se estivesse vivo, poderia nos assegurar. Fiquemos somente na imaginação.
Quantos amores ficam ou ficaram ou ficarão sendo alimentados e concretizados apenas na esfera do impossível, em nossas imaginações?!!! Amém, desejo... Amém!!! Todavia, o que apenas vivo no mundo das ideias, uma hora pede algo mais de nós: um beijo bem dado, um toque mais ousado, a realidade nua e crua. Viver o platônico, o impossível, traz o ônus da frustração, da insatisfação - a dor de um amor não cumprido.
A proposta desse post não é não amar e/ou abrir mão das ilusões, até porquê algumas delas precisamos para manter o sorriso na face e os olhos brilhando, mas viver o amor que é possível de ser vivido, que é concreto o suficiente para que os nossos dedos possam tocá-lo. Por fim, não cultuar o eternamente impossível, porquê viver o possível também custa dedicação e trabalho e está exposto à ação do tempo e da rotina.
A proposta desse post não é não amar e/ou abrir mão das ilusões, até porquê algumas delas precisamos para manter o sorriso na face e os olhos brilhando, mas viver o amor que é possível de ser vivido, que é concreto o suficiente para que os nossos dedos possam tocá-lo. Por fim, não cultuar o eternamente impossível, porquê viver o possível também custa dedicação e trabalho e está exposto à ação do tempo e da rotina.
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