Como reacionar diante um relacionamento abusivo?!!! Sinceramente, eu nunca vivenciei algo assim, mas, de acordo com as minhas convicções, esse é o tipo de relacionamento destrutivo e tóxico. Pelo meu temperamento forte e contestador, por resguardar a minha saúde e inteligência emocional e por preservar o meu espírito de liberdade, eu não saberia viver com alguém à base de restrições, conflitos e maus tratos. Para mim, não dá.
É claro que, quando você está num relacionamento sério, ambas as partes precisam estabelecer regras de convivência, pois o combinado não sai caro, desde que elas sejam respeitadas por ambos, como também as duas partes façam concessões em prol da relação. Para se estar bem à dois, acabamos abrindo mão de muitas coisas: da vida de solteiro (se bem vivida, deixa saudades), do convívio de alguns amigos mais próximos (sobretudo se sejam considerados como riscos para a harmonia da sua relação), de sair com certa frequência para as baladas como se fazia antigamente, ..., enfim, uma série de coisas. E em nome da felicidade do casal e evitar conflitos, você vai abrindo mão, abrindo mão, abrindo mão, ..., até o dia que você nota que a sua vida está sem graça, o relacionamento já está dando sinais de desgaste e rotina e que a sua vida gira em torno e dependente da vida do outro.
O grande problema é quando apenas uma parte cumpriu o pacto original, cumpriu com as regras estabelecidas, cedendo demais ao ponto de perder a sua autonomia e individualidade. Você se perdeu de si mesmo?!!! Se desconectou do outro?!!! Algo está errado, sobretudo quando você se coloca na mão do outro, passivamente, submetendo-se à tudo: Constantes críticas e depreciações ao que você pensa, sente e faz; sinais de desrespeitos e grosserias em casa e em público; isolamento do convívio social, agressões verbais, físicas e sexuais - quando chega nesse estágio, o respeito acabou, a relação já está doentia e há um passo para colocar a sua vida em perigo.
Diante do inevitável, independente de qual dependência lhe prenda à essa relação tóxica, seja financeira e/ou emocional ou medo de enfrentar a vida sozinho(a) ou visar o conforto e os bens materiais ou ceder a pressão familiar, chega o momento em que você precisa dar um basta nessa situação de abuso e pensar exclusivamente na sua felicidade e no seu bem-estar físico, emocional e espiritual. Assim, para sair de um relacionamento abusivo, que aniquila a sua autonomia, auto-estima e identidade, é preciso romper com esse círculo de infelicidade. Saia antes que você se torne mais um caso de polícia ou um corpo frio na gaveta frigorífica de um necrotério, com uma etiqueta presa ao dedão do pé, e com o seu nome escrito na lápide de algum jazigo ou cripta de cemitério.
Alguém que é refém do outro, só deixa de sê-lo quando reage e deixa de ser vítima. Se não dá mais para resgatar à relação e, muito menos, romper civilizadamente, é o jeito recorrer ao amparo e a proteção legal para resguardar a sua integridade física e emocional antes que seja tarde demais para recomeçar. Só você pode dar um basta a ação do opressor e buscar a sua felicidade, resgatando quem você era ou pretende ser no futuro e aquilo que te dar prazer e te completa como indivíduo. Se você nada faz, continuará reduzida à sua condição de vítima.
Ninguém pode ser feliz assim: Com medo, acuado, subjugado, insatisfeito, abusado, sem brilho nos olhos e sem alma. Pior do que a violência física, as dor e os hematomas passam, é a emocional, onde os traumas e as feridas na alma são difíceis de serem superadas, mas não são impossíveis. Liberte-se, rompa com esse abuso, com esse tipo de relacionamento que só te faz mal.