terça-feira, 15 de novembro de 2016

E por falar em Westworld, o seriado...






Hello, stranger!!! That's insane. Welcome at old West, bitch!!! Well, ... 

Embora, os primeiros episódios desse seriado sejam confusos e intrigantes, provocam uma série de questionamentos. Creio que a proposta desse projeto televisivo vai muito além da simples função de entreter e passatempo, mas promover reflexões, sobretudo sobre a natureza e o comportamento humano - independente se é um programa de simulação ou uma história de ficção. O passado e o futuro assim como a realidade e a ficção andam de mãos dadas.

Mais do que retratar até onde a revolução tecnológica e a inteligência artificial podem alcançar ou o fetiche de viajar no tempo e no espaço, a principal questão abordada nesse seriado, pelo menos para mim, diz respeito da discussão sobre as consequências quando a humanidade ultrapassa os limites da ética e da moralidade: seja em busca da sua liberdade e sobrevivência ou para satisfazer os seus desejos ou sombrios instintos ou preencher as suas lacunas emocionais e existenciais. Definitivamente, por se tratar de um seriado denso, massivo e questionador, não agradará para aqueles que tenham preguiça mental.

Alguns aspectos, nesses primeiros episódios da primeira temporada de Westworld, me chamaram atenção:
  • Apesar de todo o avanço tecnológico que nos projeta para o futuro, o olhar da humanidade ainda permanece no passado, porquê o passado é o nosso ponto de partida e é lá aonde está as respostas dos nossos problemas de ordem prática e dilemas subjetivos - se não todos, grande parte deles. O passado continua mais presente do que podemos supor ou gostaríamos de admitir;
  • Como se dá a relação entre os "anfitriões", os principais personagens de Westworld, e os "convidados" /"recém-chegados", os clientes que pagam para participar dessa aventura no velho oeste, interagindo e interferindo na vida dos anfitriões, diria eu até de maneira irresponsável e descomprometida;
  • A soberba e a pretensão humana em experimentar a sensação de "Ser Deus", onde através de um jogo simulado, tenta "recriar" uma situação, uma realidade fictícia, uma história através das lembranças afetivas de um suposto robô (AI), de uma inteligência artificial, como também tomar decisões de acordo com as suas ambições, seus interesses e suas perversões, muitas vezes que nem lhe dizem respeito tomá-las. Ninguém tem o direito e a legitimidade para se apropriar das lembranças, dos segredos, da vida, das emoções e do tempo que não lhe pertencem;
  • A ausência de ética e de moralidade, quando as lembranças dos outros são acessadas e manipuladas em benefícios de terceiros, configurando um jogo perigoso à medida que se trata da invasão de privacidade de alguém, sendo uma forma de violência contra a dignidade humana, mesmo que de maneira subjetiva, além de interferir e alterar a vida e o presente dos indivíduos afetados. Que direito um estranho tem para invadir a intimidade de alguém, devassando a sua intimidade, e decidir sobre a vida e a história que não lhe diz respeito?!!! Acredito que nenhum, em nenhuma dimensão;
  • Tanto a falha de caráter como a natureza violenta e doentia do homem se revela tanto num game, num jogo de simulação, como também na realidade na qual ele está inserido. Ninguém pode escapar do seu lado oculto, da sua obscuridade. Alguns exemplos dessa natureza são expostos nessa primeira temporada;         
  • E, no âmbito histórico, se o homem é capaz de interferir no fato e no contexto no qual ele está inserido, até que ponto a história narrada que nós conhecemos foi preservada na íntegra ou alterada de acordo com os interesses, a conveniência e a interpretação de quem a narrou?!!!

 
Anyway...

 
Também vale ressaltar que o elenco que participa desse seriado é estelar, contando com participação de grandes atores (Anthony Hopkins, Ed Harris, Louis Herthum, Sidse Babett Knudsen, Evan Rachel Wood, James Marsden , Thandie Newton e outros) e, para a nossa surpresa, o Rodrigo Santoro, sendo muito bom vê-lo ambientado e atuando confortavelmente no cinema e nos seriados de tv norte-americano.

O que eu poderia dizer mais?!!! Westworld é um seriado complexo. Talvez, possa não agradar muito ao público que goste de seriados mais leves e ligeiros, com uma proposta mais bem-humorada. É um quebra-cabeça a ser montado.  

2 comentários:

Anônimo disse...

Uma das melhores séries da atualidade sem dúvida, muito inteligente e extremamente bem construída. Estou com expectativas altíssimas pros próximos episódios!

A propósito, sabia que iria gostar. Parabéns pela resenha.

Dan... disse...


Nas mãos de J. J. Abrams me tranquiliza porquê ele é muito competente no que faz. Admiro o trabalho dele de longa data. Quanto aos próximos episódios, também estou na expectativa.


"As lágrimas não reparam os erros!!!"

The Verve - Bitter Sweet Symphony (with lyrics)

♫ Pitty - Na sua estante

"Eu não ficaria bem na sua estante..."