Considerando que a monogamia é um padrão social, um código de conduta que precisa ser respeitado em prol da relação entre casal e da unidade familiar, e o desejo sexual é um instinto, um impulso que pode ser contido, é compreensivo que haja conflitos de interesses e também de sentimentos. Dois inimigos e duas forças opostas que sempre estarão em guerra, desde e quando houver uma tentadora terceira presença envolvida que nos atraia e também mexa com os nossos 5 sentidos.
Para conter os nossos desejos e fantasias extra-conjugais e de casal, e para que não cometamos à infidelidade, criou-se a teoria e a regra da monogamia, uma relação afetiva e convencional é entre e apenas 2 pessoas, castrando os nossos impulsos sexuais às demais possibilidades. Todavia, nem sempre os desejos podem ser contidos e há quem sucumba à eles. Amém, desejo... amém, esquecendo-se das consequências que isso pode gerar para a sua vida e para a integridade da sua relação. E a culpa e a ressaca moral?!!! Quem ainda tiver consciência eum pouco de vergonha na cara lidará com elas depois.
Porém, quem ama não traí. Na teoria, deveria ser assim, já na prática... personas também cometem erros, também tem momentos de fragilidade e de rancor e vingança, também são fracas ou possuem baixa resistência para não cair em tentação, ..., enfim, muitas justificativas e poucas defesas. Diante de uma infidelidade, para se preservar uma relação e resgatar à confiança, não tem outra saída se não tiver um verdadeiro perdão.
Essa percepção monogâmica pressupõe que você deve desejar apenas uma única pessoa, de preferência pelo resto da sua vida. Esse pré-requisito de "felizes para sempre" nem sempre é possível, por isso, seja fiel até quando a sua relação durar. Eu defendo a seguinte teoria: Na vida, nós podemos amar várias vezes, de diferentes formas e intensidades e em diferentes momentos. Porquê?!!! Apesar da nossa essência continuar sendo a mesma, as nossas percepções e os nossos sentimentos podem mudar conforme o tempo, a dinâmica das relações e as nossas experiências pessoais, sejam boas e/ou más.
Por considerar à força que um desejo pode exercer numa persona, fazendo-a dar vazão aos seus impulsos sexuais e carências afetivas, também considero que qualquer um de nós é capaz de cometer equivocações e deslizes, traindo não somente ao seu "amor", mas principalmente à si mesmo, aos seus próprios sentimentos - para mim, a pior traição que se pode cometer, sendo infiel à si mesmo. Além disso, ser monogâmico pressupõe ser fiel, não é um estado fácil de manter, sobretudo quando a relação é desgastada pela rotina e pelos desencontros e conflitos emocionais.
Apesar de não crer nesse discurso romântico do "sejam felizes para sempre", como se fosse uma regra absoluta de que existe um único amor destinado para você por toda sua vida, a minha natureza ansiosa e ciumenta e a minha visão tradicional de relacionamento (uma relação é de 2, diferente disso vira bagunça), empurram-me ao monogamismo, mesmo sabendo de que custa muito trabalho em ser fiel e estar num relacionamento satisfatório (apesar dos pesares) e requer investimento de tempo, energia, dedicação e fé, sem garantias de êxitos.
Se os seus desejos e se as suas fantasias sexuais vão em na mesma direção e não trazem conflitos que possam atingir o seu relacionamento, te felicito. Caso contrário, espero que você não seja atraído e traído pelos desejos que te consomem. Um desejo não cumprido pode se transformar em obsessão e, quando isso ocorre, seu poder de destruição é de dimensões imprevisíveis, além de você se tornar um refém dele.