Por mais que cada um de nós seja um ator social e tenha uma função social a cumprir, há quem prefira esconder a sua essência e o seu estágio de ânimo para representar um personagem que não lhe representa integralmente, durante 24 horas, entre os 365 dias do ano, seja em que circunstância for, faça chuva ou sol. Usa-se muitas vezes máscaras, fantasias, mentiras, desculpas frágeis, falsos moralismos, ações contrárias e incoerentes para camuflar a sua realidade e as suas reais intenções.
-"Infelizmente, no meu caminho já cruzaram pregadores, canastrões, ilusionistas e caras de pau!!! "
O pior de tudo é tentar mascarar os próprios sentimentos. Não falta por aí a fora quem faça isso, e, infelizmente, com maestria e digno à concorrer ao Oscar. Independente das motivações que cada um têm para se esconder através de uma faixada, de uma balela, criou-se a cultura da "empreendedorismo afetivo", onde demonstrar os sentimentos e as fragilidades é um sinal de fraqueza - Por isso, há tantas máquinas e robos nas esquinas da vida.
É neste contexto em que "ser feliz" tornou-se uma obrigação, onde, independente se é verdade ou mentira, cada um de nós precisa demonstrar uma felicidade aparente, mesmo que seja através de um "sorriso amarelo". Porém, não se pode esquecer que ser feliz é uma condição de ânimo e de prazer, regido pela espontaneidade, e não uma obrigação, uma representação de faz de conta. Ou se está e é feliz ou não.
- "Se eu dissesse se eu sou completamente feliz, eu estaria mentindo. Mas, mesmo assim, eu ainda consigo dar boas risadas (muitas vezes irônicas e maquiavélicas, eu confesso) e achar graça em algumas poucas coisas. Tá vendo, eu não estou tão perdido assim."
Assim, demonstrar tristeza, insatisfação e frustração é um sinal tenebroso de fraqueza. E quem quer ser considerado um fraco?!!! E assim se vai: mentindo, ludibriando, falseando, representando... Criou-se um ciclo vicioso em torno disso, por isso há tantas pessoas insatisfeitas no mundo e se já não bastasse a insatisfação ser parte da subjetividade humana.
No meu caso, em específico, em se tratando dos meus sentimentos, por mais confusos que eles possam estar, eu não consigo demonstrar o contrário do que eu estou sentindo. Quando eu estou bem, eu estou. Quando eu não estou, eu não estou - É público e notório e eu não faço questão de esconder.
- "Sou o que sou e por isso eu não tenho medo de demonstrar. Eu estou pouco me lixando com o julgamento do outro, se estou fugindo a regra. Nada mais justo e verdadeiro do que eu ser sincero comigo mesmo, com os meus sentimentos."
Nesse sentido, eu me nego representar sentimentos que não me competem. Eu digo NÃO à representação dos sentimentos, mesmo nos momentos em que nós não queremos enxergar o óbvio, procurando se autoenganar como uma forma de se proteger, muitas vezes, até de nós mesmos.
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