Após o falecimento da Filozinha, uma cratera abriu-se sob os meus pés e parte da segurança e do sentido que dava suporte à minha vida, passou literalmente para “o lado de lá”. Se não bastasse essa perda irreparável, além de estar na mira certeira da pressão social – “Você precisa estar com a sua vida encaminhada ou definida ou resolvida aos 30 anos”; eu precisava encontrar um sentido, uma justificativa urgente, para continuar seguindo o meu caminho, que ainda continua sendo traçado sob a linha da incerteza.
- “Fiz uma opção. Se ela foi a mais acertada ou não, apesar de já suspeitar qual seja, só constatarei ao certo daqui alguns meses. Mas, eu sinto que em parte o sentido mudou, pelo menos, no que concerne a busca inicial, enfim, a minha percepção mudou. Todavia, a experiência é indubitavelmente enriquecedora e necessária, mesmo acarretando conseqüências.”
De antemão, eu agradeço a todos os estímulos e apoios sinceros que eu recebi até aqui para dar continuidade à minha formação acadêmica e vir morar em São Paulo (isso sim, mediante aos impasses atuais, me faz um completo sentido). Mas, no decorrer desse processo, no qual eu estou me empenhando, dentro das minhas possibilidades e das minhas limitações, eu estou me perguntando se é realmente um “título” de pós-graduação que dará o sentido e a estabilidade que eu estou buscando. Será que é isso mesmo que eu quero pra mim?!!! Será que é isso que vai me fazer feliz?!!! Será que é isso que norteará a minha vida em São Paulo?!!!
- “Nesse momento, algo está muito claro para mim: “Eu não sou um cientista social por vocação, mas, por insistência”. Ser um cientista social nunca foi o meu sonho de infância e, agora que eu sou adulto, não é algo que me encha os olhos e me complete profissionalmente. Na altura dos acontecimentos, qual é o sentido que um título em Sociologia traga para a minha vida?!!!”
Se um pouco mais de uma década, eu caí de para-quedas nas Ciências Sociais, incautamente, e, se agora, eu estou tendo da possibilidade de retornar ao meio acadêmico, mais uma vez, eu estou percebendo e sentindo que eu não tenho o perfil padrão e o tesão para ser sociólogo. Até mesmo porque, eu não vislumbro ser um professor universitário intitulado ou atuar em prol da transformação social e de outras utopias, apenas reproduzindo os teóricos e as teorias, sem arregaçar as mangas e fazer a minha parte no mundo. Eu quero muito mais da vida, independente de colecionar títulos, eu quero é ser feliz, não me sobrepondo aos outros através dos títulos, mas sendo eu próprio.
- “Eu dou total apoio aos meus amigos do meio acadêmico e aqueles que almejam isso, porque, se de alguma forma é importante para eles e traz algum sentido, que eles continuem nesse caminho. Mas, hoje, eu estou reavaliando os sentidos, os meus sentidos, pois, para mim, o sentido que eu achava ter tomado algum tempo atrás, perdeu-se.”
Não se trata aqui organizar a minha vida buscando um título acadêmico, mas, mudando o sentido a ser percorrido, o caminho a ser seguido. Ainda continuo como antes, buscando um sentido. Todavia, não abandonarei o sentido escolhido, até que tenha se esgotado todas as minhas vontades de estar nele, mas, acreditem não seguirei o modelo de ninguém, mas, o meu próprio - seja seguindo o mesmo ou mudando para um infinitamente melhor.
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