"É preciso amar, de coração ao céu aberto, sem se preocupar que vai dar errado, porquê também se ganha quando se perde."
( Tigre Suaréz, La Patrona)
Concordo, sobretudo quando se trata de entrega. Todavia, me falta disponibilidade para tal por algumas questões particulares. Uma delas é, com o passar do tempo, a empolgação e o frenesi que eu tinha aos 20, já não tenho mais. Algumas ilusões românticas ficaram pelo meio do caminho. Hoje eu estou muito mais blindado pela experiência do que a ingenuidade de outrora. Meus erros e minhas perdas se tornaram em lições.
Outra questão é, com o passar do tempo, a minha cartilha afetiva passou a ser regida pelo meu lado mais gris, o racional. Abri mão dos impulsos e riscos por sabedoria, uma vez que o romance debilita, te expõe, te deixa vulnerável, frágil. Não dá para ir para uma guerra sem armas e escudos.
Como eu não estou apaixonado, eu posso reproduzir esse discurso tão frio e impessoal, sem culpa ou vergonha, porquê, conforme as minhas experiências, esse pensamento me faz sentido e me basta. Talvez, em outra circunstância, me deixasse levar, mas com restrições. O tempo te deixa mais duro, menos iluso. Mais sábio, menos ingênuo.
Se é para se entregar, que seja por completo, por convicção, por coração, sem medos. Dizem por aí que o amor regenera... será mesmo?!!! Tenho cá as minhas dúvidas. Esse elixir reparador ainda não cicatrizou a parte de mim que ficou danada e creio eu que alguns caminhos não tem mais volta e o que não tem remédio, remediado está. Resignação também é felicidade, talvez sem fogos de artifício, mas felicidade.
Não sou via de regra e nem pretendo sê-lo. E cada um tem a sua busca, suas próprias experiências, triunfos e fracassos. Porém, uma coisa é certa, se é para se entregar que seja de verdade, espontaneamente, de coração à céu aberto. Com disponibilidade.
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