(...) Um homem também chora, menina morena
Também deseja colo
Palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura
Também deseja colo
Palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura
Guerreiros são pessoas
Tão fortes, tão frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sono
Que os torne perfeitos...
(Um homem também chora by Gonzaguinha)
"Homem que é homem não chora". Em pleno século XXI, apesar de não vivermos como a Família Jetsons, ainda há gente que dá força à essa concepção machista ultrapassada e preconceituosa. Porquê um homem, independente da sua identidade sexual não pode chorar?!!! Pode sim.
Não somos robôs, logo sentimos, apesar de que precisamos seguir determinados padrões de conduta para não sermos marginalizados socialmente e nem ser vítima de bullying. Nem todos os homens são insensíveis ou tem vergonha de expressar os seus sentimentos. Também há uma parcela de homens que não seguem a cartilha do machismo e, nem por isso, são gays ou afeminados - e se afeminados forem, necessariamente não os tornam homossexuais, porquê se assim fosse, não existiriam homossexuais "discretos" e "machudos", buscando preservar o seu protótipo de "hétero" e de "macho alfa" para não ficar na berlinda e ser alvo do preconceito.
O que debilita a condição masculina não é chorar, não é ter vergonha de expressar o que se sente, mas, tornar-se vítima da situação, emocionalmente instável. O que fragiliza a condição masculina não é admitir que como homem também pode e deve ter uma faceta sensível, o que o torna um ser humano e não uma besta, mas deixar-se fragilizar por sentimentalismo barato.
Sensibilidade não define gênero, mas grau de humanidade. Qualquer homem é capaz de chorar e tem o direito de extravasar e liberar as suas emoções, é subjetivamente saudável. Homem que é homem também chora e não tem porquê se envergonhar disso ou tolher essa função biológica e psíquica.
Apesar de não ser chorão, porquê algumas circunstâncias que eu vivi me deixaram emocionalmente mais rígido, não me nego ao meu direito de me emocionar quando algo me toca profundamente, quando uma lágrima rola espontaneamente. E, nem por isso, eu deixo de ser homem por causa disso.
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