Os
estudos teóricos e clínicos do psiquiatra e sociólogo alemão Erich Fromm sobre a dicotomia entre o SER e o TER na
sociedade do consumo ainda são tão atuais, que continuam evidenciando o conflito existencial de alguns em suas relações pessoais e sociais, tornando-os elementos essencialmente fúteis e dependentes do consumo em detrimento de quem realmente são. Existem indivíduos que se definem e qualificam a partir do seu poder aquisitivo e não do seu conteúdo intelectual e personal, valendo-se do aspecto material em que ele pode proporcionar ao outro, fomentando o jogo dúbio do interesse e do oportunismo.
Essa condição vai se infiltrando nas relações humanas e afetivas, onde a solidão e a impessoalidade são fatores que vão minando a subjetividade da relação e a autoconfiança dos envolvidos, baseando-se no fenômeno da solidão, tanto individual quanto em parceria, onde "estar sozinho" é um ponto de partida importante para "amar".
“Paradoxically, the ability to be alone is the condition for the ability to love.”
(Erich Fromm in The Art of loving)
E o que condiciona a vontade de estar junto, de construção de uma relação, necessariamente não precisa ou está pautada apenas nos sentimentos e afetos, mas também no grau crescente de interesse material que motiva os valores e os desejos das pessoas.
“Immature love says: 'I love you because I need you.'
Mature love says 'I need you because I love you.”
(Erich Fromm).
Assim, essa dicotomia clássica do SER versus TER está cada vez mais presente na formação humana e relacional em nosso sociedade, onde a intensidade de conflito varia de uns para outros. Pergunte-se se o seu valor social é definido por quem você é ou pelo que você tem.
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