segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Uma possível explicação para o que aconteceu






Na busca por respostas, a Organização do Miss Universo (OMU) classificou as candidatas de 2016 que, supostamente tivesse uma experiência pessoal importante para contar como exemplo de superação, chamando atenção de todos e perplexidade por algumas de suas escolhas, à exemplo da Miss Canadá, visualmente fora dos "padrões de beleza" por ser gordinha. Basearam-se no "Storytelling" de cada candidata para compor o TOP 13, a partir disso partiremos desse ponto de partida para que possamos compreender o que deu errado e ajudar a desenhar o novo perfil de Miss Brasil para as próximas edições.

O mais irônico disso tudo é que a nossa estudante de marketing não conseguiu vender o seu próprio "storytelling" (a resenha da sua história de vida, as suas ideias, as suas qualidades para merecer o título de Miss Universo), faltando tempo hábil para vender-se no decorrer da noite final como também, logo de início, a sua evidente debilidade com o inglês , deixou-a tensa e nervosa o suficiente para ser o princípio da sua eliminação, evitando que ela deixasse claro aos jurados e ao universo o porquê do seu favoritismo e afinal o que estava fazendo ali entre as classificadas. Infelizmente, ela não conseguiu se expressar com segurança e claridade, não dando voz a sua fala e as suas ideias, faltando domínio da língua inglesa e jogo de cintura para improvisar e lidar com essa situação. Diante dessa primeira impressão negativa, tenha gerado um rápido desinteresse dos jurados em ver o que ainda estaria por vir. Será que a Raìssa não tinha algum conteúdo a nos oferecer?!!! Fosse intelectual ou humano?!!!

Essa primeira mini-entrevista da noite serviu como trampa, como armadilha, para eliminar a nossa miss e não classificá-la para a próxima etapa. Se o interesse era ir eliminando as principais favoritas do caminho da futura miss universo, deu certo e a Raíssa caiu por seu ínfimo inglês e nervosismo que a impediram de agir com naturalidade e vivacidade. Diferente dela, a Miss Colômbia, Andrea Tovar, soube improvisar e não caiu nessa "pegadinha".

Passando esse primeiro e crucial momento, chegamos ao desfile de traje de banho, onde, até então, subtendesse que ter uma beleza plástica e estética e uma performance convincente eram o passaporte para a próxima fase. De acordo com a nova proposta do MU, não é bem assim e os critérios mudaram: gordurinha localizada, seios fartos, flacidez e celulite estão permitidas. O velho padrão de beleza do passado "60 -90 -60" foi para o inferno e um corpo tonificado e bem definido é um risco para a feminilidade da mulher. Assassinaram a ilusão estética de décadas de certames de beleza. Por um lado, essa liberação é positiva, porquê liberta a mulher normal, comum e corrente da ditadura da beleza. Mas, estamos falando de "deusas da beleza" e não de meras mortais. A mensagem que ficou: Ter um corpo bonito, sexy e tonificado não garantem classificação, já um corpo fora dos padrões, nesses dois últimos anos, sim!!!

Todavia, ainda há algo que não se encaixa nesse quebra-cabeça da eliminação precoce da Raíssa. Será que nesse novo cenário geopolítico, onde influencia diretamente à escolha das classificadas e da Miss Universe (MU), será que o Brasil não é um mercado ou parceiro comercial interessante para a OMU e dos seus patrocinadores e, por isso, não temos o perfil adequado e comercial para chegar até a coroa?!!! Mas, nós queremos uma coroa mediada por interesses geopolíticos e comerciais ou queremos conquistar por méritos (beleza, atitude e conteúdo) das nossas misses?!!!

Nesse caso, está evidente de que o mérito para ser uma MU deve-se à adequação do perfil das candidatas às regras do jogo: Hoje, não basta mais ser esteticamente interessante e bela, mas, ter domínio do idioma universal, saber vender a sua história de vida e a sua personalidade com conteúdo cognitivo, inteligência emocional e autoconfiança. Tudo nos leva a crer que o perfil da nossa candidata não estava adequado as regras do jogo ou não soube como adequá-lo.

Portanto, para nos adequarmos as novas exigências do concurso e as regras do jogo dos seus novo donos, as misses brasileiras tem que assumir uma nova postura, tornarem-se responsáveis por si mesmas, em se tornarem mulheres dinâmicas, realizadas profissionalmente, articuladas com os acontecimentos ao seu redor, interessantes esteticamente e com conteúdo humano e cultas - cultura não faz mal à ninguém. Esse perfil de miss bela e com corpão e que sabe desfilar e rodopiar em cima de uma passarela, aparentemente tem uma atitude descolada, não basta mais. Tem que ter algo comercial e diferenciado à oferecer ao concurso e ao universo.

Oh, Be Emotion, é preciso reavaliar estratégias e prioridades para o próximo ano, se não... mais um ano de frustração, de bolas na trave e sem resultados. É preciso criar mais tempo para preparar essas meninas como se deve e conforme às regras pedidas, mesmo que exija aumentar o nível do concurso e do perfil intelectual das suas candidatas. O nosso velho padrão de miss não dá mais para o que se espera e se exige de uma Miss Universe - estamos defasados. Precisamos de garotas realmente preparadas, cultas, com oratória, no mínimo bilingües e que mantenham a beleza da mulher brasileira: charmosa, elegante, de personalidade única e original.


Ah, Raíssa, nossa bela Miss Brasil 2016, não se sinta culpada, você fez o que sabia e com as ferramentas que dispunha. Levante a cabeça, saiba que você escreveu o seu nome na História do Miss Brasil, tendo uma postura admirável, pulcra e sincera. Não é porquê não trouxe a coroa dentro da mala que não nos dá orgulho. Felicidades e você ainda tem muito o que fazer pelo nosso país em seu reinado. Continue brilhando, pois o céu é o limite.

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