Quem é desdenhado(a) se utiliza de um discurso politicamente correto para justificar o porquê de ter sido preterido(a) e, sobretudo, por em dúvida a credibilidade e o caráter de quem lhe dispensou. Prática de defesa mais do que usual e previsível, além de compreensiva, pois é nesse momento em que o ego e o orgulho feridos precisam ser acarinhados. Até aí, não nos é novidade nenhuma.
Mas, se você faz parte daquele grupo de pessoas emocionalmente frágeis, que não aceitam e não sabem lidar de forma madura e serena após um "não" recebido, é preciso compreender que nós ainda vivemos numa democracia, onde cada um tem liberdade de escolha, mesmo que haja alguma divergência sobre os critérios subjetivos dos outros. Em se tratando da subjetividade humana, sempre haverão lacunas à serem preenchidas e pontos de vistas conflitantes, afinal cada pessoa é una, tendo as suas peculiaridades na forma de pensar, agir e sentir.
Você querendo ou não, gostando ou não, hoje escolhemos, amanhã somos escolhidos, podemos ser correspondidos ou não. Eu sei, é muito chato ser desdenhado(a), mas, aprenda a lidar com essa realidade, pois exercer o direito de escolha faz parte da dinâmica das relações e do desejo. Eu contrariei o desfecho do jeito que você "gostaria que fosse", I'm so sorry, but ..., nem adianta me amaldiçoar, porquê não fui eu que criei esse conceito. O comportamento está aí para ser reproduzido, afinal, o poder de escolha não pode agradar a todos.
Então, os meus, os seus, os nossos "nãos", farão parte do nosso plantel de emoções. E dizer "não" não deveria ser um momento de ultraje ao fazê-lo, como também, recebê-lo não deveria ser sentido como o fim do mundo, apesar do desprazer de se ser desprezado(a).
Não tem jeito. É preciso aprender a lidar com esse desconforto de maneira menos dolorosa e/ou destrutiva. E pode acreditar, isso é possível. Qual seria a solução?!!! Talvez, a solução esteja na compreensão de que, apesar de todas as contrariedades, existirão momentos, critérios e tipos ideais que não se aplicarão ao modelo do nosso perfil e, quando isso acontecer, a razão e o bom senso precisam gritar para que você esteja afetivamente fortalecido para lidar positivamente com a não escolha. É partir disso, que mesmo chateado(a) pelo fora dado, é preciso aprender a respeitar o direito do outro de não lhe querer, do mesmo jeito que você não é abrigado(a) a dizer "sim" para tudo e todos.
Portanto, menos chororô e muito mais atitude e amor próprio. E, se você apenas recebe não, a responsabilidade é sua. Que tal mudar de conduta?!!! E, lembre-se: Você não é a bala que matou o Kennedy, por isso, pode ser preterido sim. Grandes expectativas, grandes decepções.