Quando se tem 17 anos de idade, por mais que se tenha uma personalidade forte e supostamente exista a ilusória crença do "eu já sei o que eu quero pra mim", falta a experiência de vida necessária para dar suporte as grandes escolhas e decisões. Na ausência desse entendimento maior, fruto de vivências no decorrer da vida, Elena admite desde o começo que não sabe o que quer da vida, reforçada até então ao marasmo da sua vida pacata. Até o ingresso dos irmãos Salvatore, a sua vida mudou completamente, tendo a sua dinâmica de vida e os seus sentimentos alterados.
É engraçado quando a gente torce por um personagem, transferindo para ele os nossos valores, entendimentos e expectativas afetivas, muitas vezes, ignorando a subjetividade do personagem. No caso da Elena, é normal ter sede de vida e querer experimentar a paixão em toda a sua plenitude - característica da impetuosidade juvenil, os primeiros passos de quem está querendo aprender a viver e a amar. No início, emocionalmente sempre somos mais destemidos e aos poucos vamos descobrindo e nos tornando mais cautelosos para aprender a lidar com as frustrações e os desencontros.
Assistindo The Vampire Diaries com muita atenção, até então, no decorrer dessas três primeiras temporadas, eu não consigo me convencer de que o Damon seja o par ideal para ela. Até porquê, ainda como fãs e espectadores, falta um posicionamento mais claro da psicologia da Elena: Qual será a direção em que a escolha dela irá tomar?!!! Se ela vai optar pela razão, por Stefan, personificando o relacionamento mais maduro, mais calmo e mais seguro, que é ansiado quando se alcança uma certa maturidade na vida, ou por Damon, personificando a paixão, a emoção a flor da pele, a aventura e um pouco de perigo (como ele mesmo define com propriedade), representando o desejo da jovialidade.
Baseado nos indícios vividos por Elena no decorrer da trama, se ela estava buscando paixão, emoção, aventura e perigo, ela encontrou ao lado do Stefan, antes mesmo da sua aproximação com o Damon. Boa parte de toda atribulação vivida, foi nos braços do Stefan que ela encontrou segurança, até mesmo quando ele perdeu o controle de si mesmo e se afastou dela para dar segurança - Quer prova de amor maior do que essa?!!! Mais do que amor, numa relação, a mulher tem a necessidade de se sentir amada e segura.
Nesse momento, em que eles se afastaram, pois havia uma espaço para isso, foi quando Damon entrou na vida dela e a cativou, apesar do seu jeito torto e desastrado. Surgiu entre eles uma forte atração física, mas, um relacionamento não é feito apenas de paixão, embora, num primeiro momento, é preciso do fogo para esquentar a relação. Mas, com o passar do tempo, o fogo fica mais brando e a paixão diminui a sua intensidade.
Quando supostamente Klaus "morre", ela escolhe qual destino deve seguir: Se deve ir se encontrar com Stefan ou Damon. Nesse momento, ela escolhe Stefan, lembrando-se do sábio conselho da sua mãe: No fundo, a gente sabe por quem o nosso coração bate mais forte, mesmo diante às dúvidas, seja de forma consciente ou baseada no instinto e no insight, e, é nesse momento em que a gente precisa ter a coragem de "libertar" a outra parte, assim como ela libertou o Matt e liberou o Damon.
Muitos podem justificar ou ter a ilusão de que ela deveria ter escolhido o Damon, quando ela justifica a escolha dela dizendo, "se a gente tivesse se conhecido primeiro poderia ser diferente". Sim, poderia, desde que ela tivesse convivido com ele antes do Stefan, o que de fato não aconteceu. A primeira conversa entre eles, por si só, não é suficiente para anular a escolha feita. Talvez, se fosse amor a primeira vista, mas, sem convívio o que adiantaria?!!! O amor não se sustenta em suposições.
Agora, no seu retorno como vampira, ela possa compreender todas as fragilidades que o Stefan apresentou quando Klaus despertou o seu lado "estripador" e ele optou "desligar o seu botão da humanidade" para não sentir tanta a dor (a pior dor que ele poderia sentir é saber que poderia ter a perdido pela situação), expô-la diretamente ao seu descontrole e instinto predador e protegê-la dele mesmo - Mesmo ele fazendo-a sofrer, seu instinto de proteção falou mais alto, nunca deixando de amá-la.
Todos os indícios citados anteriormente justificaria a sua escolha, sobretudo, mesmo assim, ela possui mais afinidades com o Stefan, pois ambos são ponderados e procuram agir com ética na maior parte do tempo, do que com o impulsivo Damon. A escolha de Elena é muito complexa e independe da minha torcida ou da sua, pois, o que irá definir qual é o tipo de amor que faz mais sentido para ela: Um amor mais calmo e seguro ou uma amor mais aventureiro, irresponsável e quente.
Até aqui, por todas as perdas pelas quais ela enfrentou, ela optou por Stefan, não porquê ela fosse apenas grata ao Stefan por ele ter a salvo no acidente do carro dos seus pais, como se ela fosse obrigada a escolhê-lo por causa disso, mas, por tudo o que ele representou até então. A paixão também foi experimentada com ele, mas, de uma forma mais linear, mais sábia, apesar de tantas reviravoltas sofridas.
A partir da minha leitura sobre o relacionamento desse triângulo amoroso e os indícios dados pelo autor até agora, eu considero o Stefan como a melhor escolha para ela. Só nos resta aguardar os próximos episódios e acompanhar como essa estória será desenvolvida e estarmos atentos qual tipo de amor ela quer. No livro, quem deveria definir o dilema de Elena era a autora norte-americana Lisa Jane Smith (mediante os rumores da sua saída da editora e a sua substituição por outros autores, em 2011) e, no seriado, são os produtores executivos Julie Plec e Kevin Williamson. Então, até que se resolva essa polêmica autoral e a finalização dos três últimos livros da triologia, podemos esperar qualquer coisa.
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