sexta-feira, 10 de abril de 2015

Você passou.





Entre as paredes azuis e a escuridão do meu quarto, com a cabeça posta no meu travisseiro antes de dormir, lembrei de você. Quando eu acordei, não havia rastros seus nos meus sonhos, isso indica que nem nos meus desejos inconscientes você faz parte. Sem sobressaltos, eu posso dizer tranquilo: - "Eu não fui traído pelo desejo".

Eu também posso dizer que eu não me lembro mais de alguns traços do seu rosto, nem do timbre da sua voz, do seu cheiro, das reações que os seus toques provocavam em mim, ..., muito menos, dos planos que nós tínhamos em comum. O tempo agiu e fez a sua parte: Apagou em mim parte das lembranças de nós dois e arquivou a inegável importância e o carinho que um dia você significou para mim.

Talvez o que eu mais recorde seja a inexperiência e a ansiedade com que tratamos da nossa rápida paixão precipitada que fadou em fracasso. Fracassamos e, talvez, nos queremos. E o que ainda me faz lembrar de você?!!! Precisamente não seja você, mas o espaço vazio que foi deixado e depois de alguns anos ainda não foi preenchido - não o preencheria apenas por ocupar para fugir da solidão como um covarde. Porém, prefiro enfrentá-la para não ter que depois padecer por outro equívoco ou outra tentativa em vão. Não é qualquer pretendente que iria ocupar essa vaga que um dia te pertenceu.

Ficou nítido mais uma vez que o melhor tempo verbal que melhor te representa é o passado. Você passou, virou história.  
 

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