sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Oficialmente, 3.6!!!




Há 36 anos atrás, eu cheguei 7h em ponto. Já cheguei causando, considerando a hipótese de que, deve ser muito desconfortável para uma mulher ficar a madruga inteira sentindo as contrações e o desconforto que antecede o parto normal, sem conseguir dormir e estressada com a situação. E...

O tempo passou e cá estou completando 36 anos.  Diferente de outras datas, aquelas derradeiras que a gente não vê a hora de completar por significarem um rito de passagem, socialmente aceitas e ansiadas, eu confesso que nunca me peguei imaginando ou projetando ter essa idade. Não que o número 36 retrate alguma restrição, mas, pontualmente é mais um degrau que me leva em direção da maturidade e me distanciando do frescor juvenil. Física e psicologicamente, a gente vai percebendo à olhos vistos a passagem de uma geração para a outra. É a consciência mais perceptível de que envelhecer já não é e nem parece tão distante. 

Nada contra envelhecer e essa é uma fase que ninguém consegue escapar. Embora, eu já não esteja mais na "flor da idade", no auge da minha juventude, apesar de ainda ser jovem, essencialmente eu ainda me sinto tão jovem, sentindo ainda que há tanto para se descobrir, experimentar e viver e também bate aquela sensação de que falta tempo para construir uma vida plena e promissora. O tempo passou e continua passando. 

Essa passagem de tempo é implacável, justamente porquê amadurecer numa sociedade imediatista e esteticamente fútil e descartável tem um preço a ser pago, o da improdutividade. É durante o decorrer dessa passagem etária, de geração para geração, que você acaba substituindo perspectivas, óticas e valores por outros para se adaptar a sua nova realidade e condição.

Naturalmente que ter 36 anos hoje, não é mais ter 36 anos na época dos nossos pais e avós, cujo o tempo era outro e as responsabilidades também. Era um outro modo de pensar e viver a vida, apesar das regras e cobranças sociais ainda permanecerem as mesmas ou, pelo menos, boa parte delas. O que me deixa mais desconfortável com essa situação, não é nem o aparecimento das marcas do tempo, mas ter que abrir mão do meu "status de filho caçula", de ter que abraçar o mundo com muito mais responsabilidade e madurez.

Enfim, 36. Mais um sinal de que é preciso se adaptar a limitação natural das oportunidades em seus diferentes aspectos. O que me aguarda eu não sei, mas, ainda permanece em mim a vontade de ser feliz, independente dos marcos cronológicos e da batalha contra o senhor tempo.    

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