domingo, 23 de junho de 2013

Apesar dos gastos com as Copas e Olimpíadas no Brasil...




Na hora de que foi preciso torcer para que os grandes eventos esportivos (Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas de 2016) possam ser realizados no Brasil, a população aplaudiu e festejou. Agora, na hora de arcar com os gastos da infraestrutura, os mesmos que torceram, querem roer a corda e criticam com veemência.

Por acaso, meu povo, não era óbvio que os gastos não iriam sair dos cofres públicos?!!! Santa ingenuidade achar que não. Independentes dos gastos superfaturados, nós assumimos um compromisso a nível internacional (de livre escolha e nada imposto, já que as regras do jogo precisam ser realizadas), por isso temos o dever de cumprí-lo até o final. É nesse impasse que acabamos por demonstrar ao mundo a nossa conduta hipócrita e contraditória.

Agora, vejamos bem: Desde quando na história desse país, as nossas urgências deixaram de ser urgências?!!! Porquê só agora esse imediatismo precoce para resolver do dia para a noite a nossa caoticidade?!!! Um comportamento social e viciado como o nosso, de tradição secular, só é transformado gradativamente e leva tempo, apesar de todas as reivindicações e algumas críticas serem justas e necessárias.   

Porém, já sabíamos ou podíamos prever  como seria os grandes e exorbitantes gastos com as obras de infraestrutura (criação de novas vias de acesso urbano e de transporte, expansão dos portos e aeroportos, capacitação dos servidores para oferecer ao turista um serviço de qualidade, dentre outras) e reformas dos estádios. Não é novidade nenhuma. Todavia, assumimos um compromisso internacional, sobretudo com os outros países também. Se é para reclamar agora, melhor que não tivéssemos assumido essa responsabilidade anos atrás. E, o que mais me estarrece, é a população e alguns políticos esquecerem o quanto o incentivo ao esporte é fundamental para elevar a auto-estima e resgatar a cidadania de um povo. Não se trata apenas de um lazer ou uma válvula de escape e alienação.

Se gastamos para alcançar o "padrão Fifa de qualidade" é porque de certa forma fomos muito cobrados para isso, a FIFA fez o papel dela. Agora, para termos esse padrão de primeiro mundo em nossas escolas, hospitais, instituições, etc e tal, é preciso que a população seja muito mais participativa cobrando a canalhada dos nossos políticos, não apenas cobrando prestações das contas públicas, mas, sabendo escolher os seus representantes e ser um exímio fiscalizador.  

Apesar de repudiar o desperdício dos nossos recursos financeiros, humanos e ambientais, eu defendo que também temos que honrar os nossos compromissos, até para quê não percamos no nosso prestígio ( se é que temos) perante aos olhos do mundo. E, se queremos ter um Brasil esportivo forte e competitivo, é preciso inve$tir, porquê para todo país que tem a pretensão e a intenção de ser uma potência esportiva mundial precisa investir não apenas a curto prazo, mas, sobretudo a médio e longo prazo para poder colher os frutos desse investimento.

Cancelar tais eventos apenas refletiria a nossa incapacidade de gerenciar desafios, o que por si só, também mancharia ainda mais a nossa imagem internacional já tão desacreditada. Enfim, apesar dos gastos públicos com as obras e infraestrutura, eu apoio a realização desses eventos, porquê eu considero esses investimentos como desenvolvimento e não retrocesso social, mesmo sabendo das nossas urgências e carências.  

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