segunda-feira, 14 de março de 2011

Meus erros



Nesses últimos dias, sobretudo, sem nenhum motivo em especial, eu tenho pensado bastante nos meus erros, nas escolhas esquivocadas feitas nas minhas últimas tentativas relacionais. Não sou um sedento apreciador da perfeição, até porquê, a perfeição é relativa, dependendo de como a sua subjetividade a constrói. Muito menos, eu sou dado a autoflagelo físico e emocional. Porém, alguns flashes disparam na minha memória.

Mesmo entre nauseas e maus-estares devidos à eles, pois, nunca é gostoso lembrar das nossas derrocadas pessoais, duas certezas são muito claras pra mim:

Primeira, errei sim, mas, a intenção que me motivava a experimentação era o acerto. Nem sempre o princípio do acerto é o próprio, tanto que eu acabei me deparando com o seu revés. Mas, o fato era que, antes de descobrir se as relações irião ou não vingar, pairava o enorme desejo de acertar, de estar numa relação sólida e estável que pudesse ir além. Deve ser nesse momento em que a esperança e a ingenuidade falaram mais forte, no meu caso, para se calarem depois;

Segunda, aquele Dan, que supunha que poderia dar certo, foi-se juntamente com o equivoco. Parte de mim ou parte de quem eu fui morreu com mais uma ilusão. Nem sei quantas vezes eu morri nesses últimos 5 anos, sei que algumas vezes.

Tais flashes não despertam em mim nenhum saudosismo, nenhum mesmo, mas, reforça em mim a consciência de que aquele Dan não está mais entre nós para repetir os mesmos erros. Talvez, quem sabe, experimentar novos erros, mas, não insistir no que e em quem passou. NÃO MESMO. Também me propõe a necessidade de reforçar aprendizagens tão importantes e reafirmar quem eu sou, em quem eu me transformei. Não poderia ser diferente, todo mundo é o somatório das experiências que viveu, sendo feliz ou não, trazendo pequenas marcas ou fissuras na alma.

Marcaram a minha alma. Mas, eu não vou, nem posso e nem quero me eximir das minhas responsabilidades, pois, eu também, deixei que a marcassem. Eu tenho plena consciência disso e talvez por isso essa consciência se faça revelar. Assim, diante dessas revelações, algo é muito contundente em mim, onde nada do que foi vivido até então desperta em mim um "se" sequer. Eu não faria nada diferente para que pudesse dar certo, nem antes e nem em caso de um recomeço.

Simbolicamente, trata-se de um velório ou muitos velórios de duplas mortálias - Daquele que tentou e a causa em questão da vez.

Também vem atona a minha definitiva libertação de três anos atrás. Eu passei os últimos três anos acorrentado, preso a uma lembrança e uma saudade - a minha subjetividade (meus achismos) acreditava e procura desculpas e justificativas para me tornar contemplativo e preso há uma história que passou. Enfim, passou, embora tenha sido muito importante pra mim e que, por incrível que pareça, não desperta em mim nenhum gosto de fel na boca.

Meus erros, meus erros e meus erros... Eu não podia passar por eles impunimente, não é mesmo?!!! Mas, eu também reconheço de que não foram de todo o mal, apesar das marcas deixadas e do gostinho amargo, pois, eram lições necessárias que eu precisava aprender para andar mais forte no caminho da vida, reafirmar quem eu sou e o que me representa (não se trata de buscas, porque eu não perdi nenhum objeto/coisa que precisava ser encontrado) e evitar meras repetições.


Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde estou

Meu destino não é de ninguém

E eu não deixo os meus passos no chão


Se você não entende não vê
Se não me vê não entende

Não procure saber onde estou

Se o meu jeito te surpreende


Se o meu corpo virasse sol
Se a minha mente virasse sol

Mas só chove, chove

Chove, chove


Se um dia eu pudesse ver

Meu passado inteiro

E fizesse parar de chover

Nos primeiros erros
Meu corpo viraria sol

Minha mente viraria sol

Mas só chove, chove

Chove, chove


Meu corpo viraria sol

Minha mente viraria
Mas só chove, chove

Chove, chove


(Os Primeiros Erros)

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"As lágrimas não reparam os erros!!!"

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"Eu não ficaria bem na sua estante..."