terça-feira, 6 de julho de 2010

Minhas ruínas, minhas falésias



Nunca é indiferente passar por situações afetivas complexas, principalmente quando elas evidenciam as minhas ruínas e falésias. O que me toca fundo não é por quem partiu, ainda bem que partiu, mas, trazer à tona aquela incomoda sensação de não ajuste, de não pertencimento, de não realização, como se o exercício de relacionar-se afetivamente com, não fosse feito para mim. Por todas as tentativas que eu faça, reunindo toda a esperança e pensamento positivo que eu possa ter, sempre o resultado final converge para o mesmo ponto: "Foi em vão".

Sei que essa sensação vai se diluir no decorrer dos meus dias, mas, sempre é muito denso, estressante e frustrante quando eu me deparo com essa longa estrada com depressões que eu tive que passar, precisando me recompor por cada vala e pedra que eu precise ultrapassar. Porquê eu não colhi as rosas que eu queria ter colhido no decorrer dessa caminhada?!!! O mais próximo que eu me aproximei delas foram dos seus espinhos e dos seus perfumes.

Situações dessa natureza me deixam subjetivamente cansado e reflexivamente desacreditado de mim mesmo: Será que eu sou uma persona tão desinteressante assim?!!! Será que eu nunca vou ter vez e voz nesse processo?!!! Cobro-me assim, porquê eu preciso de uma resposta concreta para que eu possa mudar a minha sorte, Ooops, não sorte, para que eu não venha a estar buscando sempre uma cortina de fumaça, um truque de mágica, um acontecimento miraculoso...

Eu só sei que eu estou muito cansado, muito desacreditado nas relações, quando eu penso que eu estou chegando lá, a luz se apaga diante dos meus olhos.

Lágrimas?!!! Que lágrimas?!!! Eu não as tenho mais para derramar. Na última década, tudo o que eu vi e vivi até aqui me deixaram um menino mais duro, mais objetivo, mais forte, mais insensível, mais descrente. Se isso aconteceu, com certeza e infelizmente, porquê eu tenho dolorosos motivos para isso.

Para sobreviver neste mundo que está aí, a gente aprende a desenvolver estratégias de sobrevivência, às vezes, nem não as melhores ou as mais corretas, mas, ajudam a aplacar e/ou camuflar e/ou sublimar o sofrimento, a dor, a desfé e as lacunas internas.

Quando se tem ruínas e falésias dentro de si, não se tem como fugir delas. E eu nem poderia querer fugir delas, porquê se elas existem e fazem parte de mim, são elementos que compõem a minha natureza, mesmo ela estando tão acidentada. Talvez eu não seja o único que esteja se sentindo assim e tentando ir em frente, mas, neste instante e egoisticamente falando, eu só posso palavrar de mim mesmo.

Sinto-me inexpressivo em mim mesmo...


..."I don't wanna dream about
All the things that never were

Maybe I can live without

When I'm out from under

I don't wanna feel the pain

What good would it do me now

I'll get it all figured out

When I'm out from under

So let me go


Just let me fly away

Let me feel the space between us growing deeper

And much darker every day

Watch me now and I'll be someone new

My heart will be unbroken

It will open up for everyone but you..."


(Joanna Pacitti - Out from under)

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"As lágrimas não reparam os erros!!!"

The Verve - Bitter Sweet Symphony (with lyrics)

♫ Pitty - Na sua estante

"Eu não ficaria bem na sua estante..."