quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Pagando para trabalhar ou um investimento necessário?!!!



Uma vez, uma tonta e mal amada havia me dito que eu era muito ingênuo em me interessar na Sociologia do Trabalho como objeto de estudo, querendo desdenhar a minha escolha, como se o trabalho em si não tivesse importante alguma. Como não?!!! Se a importância dele está nele ser um artigo cada vez mais escasso e, por isso, o trabalhador precisa se reinventar cada vez mais para sobreviver à procura pela oferta, a concorrência e a desqualificação da força de trabalho. Porém, buscando contrariar o pessimismo do mercado e dos desempregados, comprimidos em enormes reservas de mão-de-obra disponível, as pesquisas dos órgãos do governo petista e de algumas entidades trabalhistas e econômicas sérias sinalizam que os exorbitantes índices de desemprego estão diminuindo em diversas capitais brasileiras.

- “Ainda bem, eu quero mais que haja muito emprego para ver se salva a nação brasileira e resgata um pouco de dignidade desse povo tão sofrido.”

Mas, é sobre o trabalho que eu quero discorrer hoje, algo que não pode ser desdenhado ou minimizado como algumas cangalhas, que juram que estão no topo da pirâmide intelectual, querem conspurcá-lo. Tamanhas são a empáfia e a infâmia de algumas prostradas e parasitas, pseudo-intelectuais, acreditam que a única contribuição social que podem fazer pela nação é queimar a “mufa cinzenta”, como se as cabeças de caranguejo que possuem cheias de merda, idéias retrogradas, bairristas e provincianas, os permitissem em ter uma mente quase brilhante. Há, há, há... Mais um conto da Carochinha, mais uma história que o povo conta.

- “Do que adianta ter algumas idéias e reflexões, se não são postas em prática?!!! Ora, ora... pseudo-intelectuais têm muitos por aí, e como tem, mas, eu quero é vê-los colocar a mão na massa. Fazer e acontecer, não ficar limitados a críticas vazias ou na picuinha de lavadeira de favela ou no “disse-me-disse” como uma das “irmãs cajazeiras” ou uma “Fifi fofoqueira”. Ter idéias qualquer um pode ter, mas, realizá-las em prol da coletividade e não ao redor do seu próprio umbigo.”

É muito fácil pegar carona na revolução dos outros, né bando de vagabundo, oportunista?!!! Eu desconfio que a revolução desejada por parte da esquerda, principalmente aquela esquerda mascarada que está muito longe da verdadeira ideologia marxista e dos guerrilheiros sedentos por igualdade e a distribuição das riquezas através das oportunidades para todos, não invejando e querendo saquear o que é do próximo, quer ascender socialmente para ser mais um burguês.

- “A contradição aí está: Negar a burguesia para intimamente querer fazer parte dela. No fundo, no fundo, são tudo farinha do mesmo saco. Como Jung diria: Cada pesadelo revela os nossos próprios medos ou os nossos desejos mais ocultos; ou então Lakan diria: Que o que nos incomoda no outro, de certa forma, são alguns traços que recriminamos e reconhecemos em nós mesmos. Por essas e outras que quem foi desprovido de certas benesses e privilégios morrem vontade de tê-los.”

Quer coisa mais burguesa do que o próprio intelectual?!!! Onde o próprio, se julga melhor do que aqueles que não alcançam a sua pretensa sapiência e é avesso ao trabalho braçal, atividades de ordem prática, como se levantar um alfinete fosse uma desonra ou vai fazer o seu braço apodrecer e cair. Apenas os grandes gênios da história tinham a qualidade divinal, a humildade, para criar os seus grandes inventos, obras e transformações, sejam práticas ou teóricas, coisa que eles nunca saberão o que é ou construirão proferindo apenas palavras.

- “Apenas palavras e críticas proferidas no ar... completamente tendenciosas pelos seus próprios julgamentos de valor. Que neutralidade e isenção que nada!!!”

E o trabalho inserido nesse contexto tendencioso, contraditório e degradado, assume “n” formas para poder continuar existindo, bem aquém da dimensão que precisa ter. E hoje, o cúmulo está, que para alguns trabalhadores poderem sobreviver à carestia e a sua ausência fora do mercado de trabalho, precisam investir em seu próprio negócio, pagando muitas vezes para trabalhar.

- “É querida prole, chegamos ao ponto de termos que pagar para trabalhar, porque não tem uma grande quantidade de trabalhos variados e disponíveis para dar conta da grande demanda desempregada.”

A dinâmica trabalhista contemporânea está posta: Vamos pagar até para trabalhar, como sempre pagamos, mas, de forma mais camuflada. Aonde já se viu tal incoerência: Um trabalhador, que já está desprovido de capital para investir, ter que investir para trabalhar, caso contrario, ele continua na mesma. E ele acaba cedendo a essa incoerência, pagando por necessidade, já que precisa trabalhar.

Então, meus queridos, nós não temos para aonde correr, para trabalhar hoje, precisamos dançar conforme a música, senão não se sobrevive. Até quando vamos pagar e/ou investir no nosso trabalho para se ter o direito a um direito universal?!!!

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"As lágrimas não reparam os erros!!!"

The Verve - Bitter Sweet Symphony (with lyrics)

♫ Pitty - Na sua estante

"Eu não ficaria bem na sua estante..."