quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A PrecipitAÇÃO


A precipitação que me inunda, alucina,
Desconserta, questiona,
Transbordando os meus olhos;
Bagunçando os meus sentidos;
Desnudando a minha alma;
Contornando-me, nos mínimos detalhes;
Confundindo a minha compreensão

A precipitação que me desorienta, arrebata,
Comprimindo-me, angustiando-me,
Pondo-me em estado de alerta:
Trepidando;
Oscilando;
Derrapando,
Colocando-me em cheque,
No decorrer do caminho

Esvazio-me de qualquer certeza
Fortalecendo-me diante das minhas fragilidades
Abrindo mão de qualquer fórmula alheia
Para formular, encontrar, testar as minhas próprias,
Independente de qualquer resultado:
50% X 50%

Agarro-me no acaso, no risco, no script da vida,
Se assim o for,
Não me corrompendo, não me vendendo,
Por tudo aquilo que a vida deixou de me dar:
A soberba cega, pois
Só temos aquilo que podemos ter

Otimizo o otimismo
Deflagro o deflagrável
Rompo a ruptura
Oponho-me ao oposto
Buscando a descoberta,
Aonde quer que ela esteja,
Aproximando-me um pouco mais de mim
Em mim, por mim,
Em prol do meu momento, dos meus impasses,
Das minhas possibilidades, da minha vida,
Duma provável saída
Dum efetivo encontro

A precipitação das incertezas, dos acasos,
Das reflexões, das idéias,
Da vivacidade, dos ímpetos,
Das aprendizagens, do amadurecimento,
Da AÇÃO acertiva e consciente
Que se faz tão necessária:
Um norte, um sentido, um alicerce,
Uma segurança, sem ânsia.

(Daniel Igor, 05/08/2008)

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"As lágrimas não reparam os erros!!!"

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