terça-feira, 27 de maio de 2008

XII PARADA PELA DIVERSIDADE SEXUAL: Eu fui!!! (Part II)


THE GAY PARTY!!!


Apesar das mazelas e dos excessos cometidos durante a parada gay, tais problemas citados ou não que também podem ser observados em outras festas e manifestações populares, ao exemplo da Micareta Universitária, acontecida semanas atrás na Zona Sul de São Paulo, podem acontecer determinados imprevistos – Não é uma problemática apenas específica ou pontual.

Deixando o viés crítico e social de lado, depois de apontar as imperfeições e propor o aprofundamento da questão, visando uma melhoria futura em prol de outras manifestações em prol da inclusão e da diversidade sexual, a parada também tem os seus méritos enquanto festa, entretenimento e lazer.

Particularmente, seus principais méritos estão centrados nos seguintes aspectos:

  • Na diversão que festa promove, não tendo como não dançar mediante os “hit’s” musicais mais atuais e os “hinos-gays” presentes nas baladas da cidade – só não dança quem não sabe ou está doente do pé;

  • Na criatividade dos seus participantes, onde algumas fantasias e adornos são muito expressivos quando conseguem fugir dos clichês e das caricaturas já conhecidas pelo grande público;

  • Nas boas risadas que podemos dar ao visualizar alguns participantes “trashs” que são dignos de “qualquer nota” de tão bizarros e engraçados que são;

  • Na alegria contagiante dos seus participantes, que expressam a felicidade de quem são, independentes dos seus “pecados” e das suas “cruzes”;

  • Na expressão carismática dos principais representantes do movimento gay (as celebridades, as “drags-queens”, as travestis famosas, as/os “promoters” das boates e casas noturnas) que lideram a massa durante o trajeto;

  • No exemplo de pacificação que ocorre no decorrer do evento, mesmo havendo alguns casos isolados de violência e baderna, supondo-se que o respeito entre o ser humano pode ser possível, apesar das suas diferenças;

  • O prestígio que o evento ainda possui, atraindo participantes de diferentes lugares, promovendo parcerias com empresas e órgãos públicos que patrocinam o evento, movimentando o turismo na cidade de São Paulo e lotando a rede hoteleira.


No mais, a Parada Gay vem conseguindo preservar no decorrer dos anos que ainda consegue divertir e entreter os seus foliões e observadores, heteros ou não, evidenciando as características principais dos seus festejados: diversidade sexual, “não” ao preconceito, “sim” a inclusão social, alegria, criatividade, espontaneidade associada a auto-exposição e a liberdade de expressão.


- Hei, Dan!!! Você se divertiu na parada?!!!

- É claro que sim!!! Apesar de várias pisadas nos meus pés, do empurra-empurra, alguns carrinhos dos ambulantes querendo me atropelar e mãos bobas querendo me pegar, sobrevivi a fuzarka, divertindo-me muito com os meus amigos que também estavam lá e dançando horrores e rindo demais das marmotas que eu avistei por lá.

- E você beijou?!!!

- Não. Continuo da mesma forma que eu fui: Invicto e ilibado!!! “I don’t kiss and nor kissed”. Se é isso que você quer saber. rs...



O DESFECHO SIMBÓLICO


Quem imagina que a atração da Parada Gay é apenas horas de trajeto, atravessando a Av. Paulista em direção ao Centro da Cidade, dispersando-se na República, desconhece o desfecho final e simbólico do final do evento. Só quem voltou para a Av. Paulista presenciou:




  • A Guarda e a Cavalaria Municipal, reabrindo o tráfego da avenida e reestabelecendo a ordem e a moral na Cidade de São Paulo, praticamente, um suspiro aliviado pronunciado: “Graças a Deus que ACABOU”. Mais póstumo e simbólico adeus, impossível, e;




  • O carro pipa e da limpeza da prefeitura, lavando toda a extensão da avenida com se estivesse expurgando e purificando o que havia acontecido ali. Literalmente, a remoção da escória que ali passou e o lixo que ficou.


A sensação que ficou foi São Paulo respondendo: “Vocês passaram e nós estamos e continuamos aqui”. Se ela está correta ou não é algo que deve ficar bem nítido no decorrer da pós-parada. O que eu posso dizer diante desse ato simbólico: “Meu Deus, livrai-nos de todo mal, amém!!!”. Até que ponto a tolerância à diversidade sexual realmente existe?!!! Já que o respeito é algo quase que imposto à goela abaixo da sociedade, em função do seu status e poder de fogo ($), como um gay disse à reportagem da TV Globo, no jornal local do meio-dia “SPTV”, ainda no sábado, “perolizando” a sua fala: “Ser gay custa caro”. E como custa.



SUGESTÕES PARA AS PARADAS FUTURAS


1. Investir em organização estrutural e segurança pública, através de parcerias e patrocínios com empresas privadas que apóiam a causa da diversidade sexual e as autoridades políticas;

2. Exigir uma ação policial mais efetiva, não impondo apenas a sua presença inerte, mas, como elemento importante para instaurar a segurança pública e a tranqüilidade do evento e a integridade física dos seus participantes, de qual identidade sexual for, sem truculência ou indiferença;

3. Resgatar o foco e a proposta do evento, até incluindo-o num novo contexto, mais produtivo e concreto para as suas reivindicações;

4. Promover cartilhas educativas e campanhas junto à sociedade em prol da causa;

5. Discutir junto aos gays, às lésbicas, bissexuais, travestis e transsexuais outras questões que não enfoque apenas a saúde e higiene sexual, mas, promover ao médio e longo prazo noções de resgate de auto-estima e de não degradação e vulgarização de si mesmo e da categoria social da qual eles pertencem. Ter decoro e saber se comportar em público, são noções básicas de educação e são ingredientes importantes para se CONQUISTAR respeito e não impor;

6. Buscar novas alternativas para inovar e atrair a percepção social para as reivindicações pertinentes as suas lutas;

7. Não reduzir a parada como uma festa oficial e anual no calendário da Cidade de São Paulo.


- “Indiscutivelmente, a Parada Gay precisa ser idealizada com mais cuidado e mais comprometimento social, visualizando as suas fragilidades estruturais e ideológicas e embasada na necessidade de criar iniciativas e propostas que venham a corroborar para melhoria da sua qualidade, em prol da sua continuidade enquanto evento oficial do movimento GLBTT, como também, um símbolo em prol das lutas, causas e reivindicações dos homossexuais, tornando-a como o desfecho e a comemoração de uma conquista maior junto ao poder público e a iniciativa privada e local em benefício dos seus. Mais do que uma festa anual, ela deveria ser contextualizada em uma semana anual de fóruns públicos, encontros e reuniões que poderiam ser realizadas durante os dias que a antecedem, repleta de atividades e debates temáticos, para que pudessem ser elaboradas e encaminhadas propostas sérias e concretas e, aí sim, tendo como fechamento final a Parada.”

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa a Parada de Sampa deve ser realmente um caldeirão para ser observado por um Cientista Social,queria ter ido,quem sabe ano que vem ne?Beejo adorei suas observações!

Anônimo disse...

hahaha tava TUDOOO DE BOM E RIMOS MUITO A TARDE TODA hahahaha
adorei t ver dan
otimo fds


"As lágrimas não reparam os erros!!!"

The Verve - Bitter Sweet Symphony (with lyrics)

♫ Pitty - Na sua estante

"Eu não ficaria bem na sua estante..."