terça-feira, 6 de maio de 2008

Retirando-me de campo


Embora eu esteja escrevendo esse post com dois dias de antecedência, antes de o prazo final chegar (segunda-feira) – algo revelado ao nível supra-terreno, justifica-se porque, o cansaço está tomando conta de mim, mais uma vez. Embora, intimamente, eu quisesse um outro desfecho, o da reconciliação, “of course”, não há mais condições emocionais de continuar assim: a mercê de outrem. Se até segunda-feira, eu não tiver uma resposta à altura, que aniquile o meu cansaço, o meu desestímulo em relação a esse engodo afetivo, não me resta, se não, apertar o botão da implacabilidade, de forma definitiva, e retirar o meu time de campo.

Sinceramente, eu não quero mais alimentar qualquer tipo de sentimento a esse respeito, até mesmo porque, no terreno em que está sendo plantado, tudo indica até aqui, que não irei colher bons frutos além de postergar o meu cansaço e a minha prisão. E parando para analisar, mais friamente, nem mesmo eu sei se gosto a esse ponto, de insistir no vácuo. Não me compete gostar sozinho.

O que eu farei então?!!! Darei continuidade aos meus planos, que já estão em andamento e, definitivamente, deixar o passado no passado e dar oportunidades ao novo, ao que ainda estar por vir. Eu nunca fiquei dando passo marcado e não seria agora.


Cansa ter que esperar
Um sinal de vida
Uma resposta em breve

Um “sim” de contentamento
Uma iniciativa concreta
Um gesto maduro seu

Cansa ter que acreditar
Algo que, racionalmente,
Não parece ser realizável

Por mais, que o meu coração,
Por teimosia ou carência,
Insista em acreditar

Mesmo que, envolto por mil desculpas
Todas dadas por mim
Sob o encanto da ilusão

Cansa ter que cansar
A cada cansaço
Toda vez que a verdade

Reflete-se aos meus olhos
Grita-lhe aos meus ouvidos
Esvai-se pelos meus dedos

Balbucia nos amargos lábios da constatação

A esperança sangra
A paciência se dilui
A perseverança sucumbe
A vontade dá trégua
A verdade vem à tona

Com o tempo, o silêncio, o desestímulo
Com a distância e a incerteza
Juntamente, com aquela resposta
Que a minha cabeça já sabia
E o meu coração insistia em se enganar

(Daniel Igor, 03/05/2008)


Então, é chegada à hora de retirar-me de campo mais uma vez, por inteiro e com dignidade, apesar de algumas escoriações na alma e no coração, já que a partida foi encerrada e, eu como oponente que fui, fui vencido neste jogo, por mais uma história de “pernas-tortas” e com um placar insatisfatório. Nem vale a pena escalar um estímulo substituto para o segundo tempo, pois, eu estou demasiadamente cansado para continuar jogando. Recuso-me a ter que disputar comigo mesmo: o meu lado cansado x o meu lado iludido. Este segundo, nem ao menos consegue mais se enganar.

Entonces, após do dia 05, eu me libero dessa prisão, me desato desse engodo, para jogar outra partida, outro jogo, que seja, no mínimo, jogado a dois, de forma clara, madura e consensuosa. Que venha o próximo desafio.

Não me causou nenhum espanto e nenhuma surpresa esse cansaço previsível, nem tão pouco, eu estou compelido por aquele sofrimento dilacerante, até mesmo porque, lágrimas não foram derramadas e nem penitencias foram dadas durante o decorrer dessa recaída, pois, para mim, sempre foi muito claro que essa recaída não passou de um devaneio particular, baseado na minha saudade, na minha carência afetiva, na minha reclusão mundana e na ausência de respostas alheias explícitas, nem ao menos, eu ensaiei uma possível declaração ou contracenei um reencontro. Diante disso, eu não posso dar certezas sobre os meus sentimentos, pois oscila entre “sim”, “não” e “talvez”.

O que foi concreto, intenso e tangível outrora, dessa vez, não superou as divisas do platônico. O que me tranqüiliza foi: Ter feito o que era possível para haver uma reaproximação, pois, eu deixei todas as portas abertas para ser procurado, encontrado. Nesse ponto, tornava-se secundário, explicitar qualquer declaração mais afetiva de início, considerando, que estreitar o laço seria o primeiro passo a ser dado para colocar todos os “pingos nos is”, algo que não aconteceu. E, por isso mesmo, é chegada à hora de recolher as intenções e os antigos sonhos e planos, adaptando-os para uma próxima vez, com uma outra “persona” que possa me dar reciprocidade.


Canso-me, contigo
Por mais uma vez
Canso-me, afetivamente
Por repetir outras histórias,
Seguindo um formato fadado,
Insatisfatório, angustiante e sem futuro
Vivenciado em outroras

Mas, eu não irei insistir mais uma vez
Enquanto, eu ainda estiver sozinho,
Cansado e desestimulado
Para não cair no mesmo erro
Não me negando ao novo
E o que ainda está por vir

(Daniel Igor, 03/05/2008)


- “Trata-se de uma decisão mais do que sentida e pensada, mesmo que sinalize ao contrário de todos os esforços sutis que eu fiz para o regresso. Mas, não é regressando sozinho que me fará ser alguém mais feliz. Nem tão pouco, o medo da entrega só se justificaria, se eu não tivesse dado o passo atrás, de contemplar o passado. Só que agora, meu sentimento legítimo me diz, que não me contento em contemplar o passado que me faz cansar, mas, deslumbrar o futuro, que embora seja incerto, pode ainda me surpreender, uma vez que, não foi assim neste recuo – Apesar de instintivamente saber disso, eu quis apostar no insurpreendível até mais do que era possível, pois, já contava com a impossibilidade.”


Retiro-me cansado, mas, respeitando a sua vontade de não querer mais. E a vida continua...

2 comentários:

Jefferson Xavier - Jex disse...

Eu ainda não entendi porque você não escreve um livro.
Todas as vezes que leio os seus escritos fico aqui boquiaberto com a sua facilidade em se expressar no papel tudo o que sente.
Fico muito feliz em ter uma amizade com alguém tão culto, tão lindo e tão especial.
Fique tranquilo que tudo terá uma hora certa pra acontecer.
abração e fique com Deus!!!

Aparecida Carmo disse...

oie!!!!

saudades de você...

de rir das esquisitises alheias nas madugadas...

fazer o que né... agora você está numa outra fase de sua vida...

beijins procê...

vou te repetir uma coisa que jpa disse anteriormente: "cada coisa a seu momento", de nada adianta apressar o tempo... nada sairá como deveria ser... e lembre-se: "tudo é aprendizado"... mesmo que doa e nos faça nos sentirmos os últimos...


se cuida menino...


"As lágrimas não reparam os erros!!!"

The Verve - Bitter Sweet Symphony (with lyrics)

♫ Pitty - Na sua estante

"Eu não ficaria bem na sua estante..."