segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Amores, desamores... Encontros e desencontros... Etc & tal...

Conversando com três amigos muito queridos nesta madrugada, um amigo de Araras (SP), uma amiga de Americana (SP) e uma amiga de Juá (CE), notei o quanto eles estavam frágeis e perdidos em seus caos amorosos. Refletindo sobre esse tema tão visceral, com ápices de passionalidade, às vezes, eu não tive como não pensar em mim, ainda mais estimulado por Peabo Bryson - proferindo palavras de amor...

..."You are my home
You make me strong
And in this world of strangers
I belong to someone
You are all i know
You're all i have
I'll always be just so (need you so)
I won't let go
You are my home"...

(Peabo Bryson & Linda Eder - You are my home)

E pensando em mim, baseado-me no meu último referencial emocional (o mais recente, no momento), surgiu automaticamente o seguinte questionamento: "Será que as pessoas não conseguem superar seus caos emocionais e estão a mercê deles, porque alimentam seus sentimentos (não correspondidos) e seus sofrimentos ou será que eu que eu sou implacável demais, quase um 'snow yeart' com essas questões, e me refaço com rapidez?!!!"

Acredito que ambas as questões colocadas estão corretas: existem aqueles que lidam melhor com as suas mazelas e outros não, depende da forma como você se posiciona diante da situação. Observando o comportamento afetivo de muitos amigos e conhecidos meus, noto que alguns deles acabam adotando aquele comportamento masoquista de se auto-flagelar, tanto no aspecto físico quanto no psíco-afetivo, e depressivo de sofrer até aonde não podem mais, apegando-se à lembranças, fotos, músicas, presentes, promessas e planos que não voltam mais e perderam a razão de ser depois do rompimento.

Claro, que compreendo as suas limitações e não quero julgá-los levianamente, até, mesmo porquê, a aprendizagem é uma conquista individual e o tempo de recuperação varia com as experiências vividas, a auto-estima e a postura diante da vida de cada um. Com relação aos mecanismos emocionais, cada um de nós tem o seu e tem o direito de tê-los e utilizá-los da melhor forma que acharem para viver os seus próprios sentimentos e calvários. Mas, particularmente, acredito que não é assumindo uma conduta de "vítima", "coi-ta-di-nho", "deixado" ou "largado", como alguns alimentam e fazem, que eles poderão passar por suas crises e caos emocionais de uma forma menos deplorável e sofrível. Mesmo chatiado e magoado com o rompimento ou fim do relacionamento, você não precisa perder o seu amor próprio, a sua paz de espírito e sua dignidade em nome de alguém que não soube lhe valorizar.

Sinceramente, ninguém vale a pena o suficiente para que justifique a perda de nós mesmos e da nossa auto-estima. Com os meus caos emocionais, que foram muitos, diga-se de passagem, eu percebi que não é alimentando sofreguidão, desespero e falsas esperanças ser o caminho mais saudável e rápido para esquecer e superar os desencontros e as decepções vivenciadas e, que possivelmente, poderão surgir. Assim, foi gostando de mim, em primeiro lugar, dando-me o devido valor, e investindo em mim, estabelecendo outras prioridades, igualmente importantes, que eu comecei a superar os meus momentos de luto afetivo. A partir desse momento, eu comecei a desenvolver as seguintes estratégias de recuperação:
  • Se o relacionamento não está bem, eu começo a fazer a minha parte buscando a solução do problema, até o dia que eu tenho a certeza que não tem mais o que fazer. Pelo menos, quando terminar, eu poderei sair dessa relação com a cabeça erguida e com a consciência de que eu fiz tudo o que estava ao meu alcance;
  • Antes do rompimento, vou me preparando psicologicamente para o término, assim, mesmo gostando (talvez, não mais como antes) e quando chegar o fatídico momento do fim, não ser tão doloroso e não ser surpreendido pelo fator surpresa - "Como assim?!!! Como terminou?!!!";
  • Analisar no decorrer da relação e, sobretudo depois, o que aconteceu de maneira crítica e objetiva, tentando ser o menos passional, se possível, porque não tem como você não deixar de sentir totalmente num momento crítico - a não ser que você seja uma máquina ou uma pedra insensível;
  • Tentar compreender o porquê de cada gesto, atitude, omissão e mágoa para a situação ficar bem resolvida para você;
  • Analisar os seus erros e acertos, sem querer dividir as culpas, porque, num relacionamento a 2, ambos são culpados e um erro tem como conseqüência o próximo erro. Ambos são culpados e responsáveis pelo êxito da relação;
  • Perceber se o tipo de relacionamento vivido é satisfatório, caso contrário, questione: "Será que eu quero e preciso de um relacionamento assim?!!!" ou "Será que é esse tipo de pessoa que eu estou buscando?!!!" Quem me conhece sabe, eu sou inquieto e impaciente para relacionamentos insatisfatórios, amores problemáticos e falta de atitude e de bom senso;
  • Não ficar preso aos relacionamentos insatisfatórios ou de aparência, porque a medida que você preserva isso, lhe deixa vulnerável e exposto a uma série de frustrações e aborrecimentos e, principalmente, evita que você conheça outras pessoas - quem sabe a pessoa certa? A pior solidão é a "solidão a 2"!!!;
  • Não ter medo de ficar sozinho, porque se você é uma pessoa bacana e com procedimento, há algum mortal nesse mundo que vá valorizar você (pelo menos a esperança é a última que morre) e que irá lhe amar pelas suas qualidades e aceitar os seus defeitos (contanto que não prejudique o convívio pessoal e a relação). Também é importante, que você goste muito da sua companhia, assim, sempre estará bem acompanhado, mesmo quando os seus amigos não possam estar presentes em algum momento. Sem dúvida alguma, "antes só do que mal acompanhado";
  • Não ter a obrigação de poupar o outro, por ter medo que ele(a) vá sofrer ou desmoronar com o rompimento. Lembre-se que: Cada um é responsável por si mesmo e precisa passar por determinadas experiências para se responsabilizar e aprender com as consequências dos seus próprios atos. Não é poupando o outro que você o ajudará a crescer e a se fortalecer diante da vida. Como eu sempre digo: "Não se faz o omelete sem se quebrar os ovos";
  • E, o principal, no meu ponto de vista: Quando você quer esquecer uma pessoa de fato, afaste-se dela, pois, não é mantendo vínculos com ela, que você esquecerá tão facilmente. Distanciamento associado ao tempo, faz toda a diferença. Nas duas primeiras semanas é complicado, concordo, é quase que um processo de desintoxicação e abstinência do objeto de desejo, mas, a ruptura se faz mais que necessária.

No meu caso, já algum tempo que venho procedendo assim. E assim, optei em não sofrer mais do que o necessário, tornando-me mais resistente e combativo contra a dor, o sofrimento e a desilusão. Eu acredito piamente, que "até o sofrimento é opcional", sobretudo, quando você é maduro o suficiente para sacar que: ao alimentá-lo mais no fundo do poço estará. Mas, isso não me faz melhor do que ninguém, apenas diferente e, talvez, quem sabe, mais disponível e corajoso para enfrentar as minhas mazelas de frente, sem enganos e desculpas.

Assim, como eu descobri a minha fórmula para lidar com os amores e desamores, encontros e desencontros, e, quisá, etc e tal, torço que você encontre a sua fórmula, pois, é fato: "Quem busca o amor, deve estar preparado para enfrentar e superar o desamor, porque ambos fazem parte da mesma moeda". Nesse sentido, tudo o que eu não preciso é delegar a responsabilidade da minha felicidade na mão dos outros, pois, ninguém tem a obrigação de preencher as minhas carências e expectativas - pois como são minhas, quem tem que preenchê-las sou eu.

Quando nos relacionamos com "tipos ideais", corremos sempre o risco de sofrer grandes decepções, porque, idealmente, preenchê-las é para uma figura mítica, utópica, não-existente, criada pela nossa cabeça - quando o nosso ego viaja em busca do sonho, do impossível, do perfeito, cria-se um abismo insuperável entre o que sonhamos e o que é possível realizar.

Se eu fosse supervalorizar um amor ideal, um relacionamento ideal, seria injusto pra mim, porque não conseguiria jamais reproduzí-lo, e também para a outra parte, porque jamais seria capaz de corresponder as minhas buscas e preencher as minhas carências e expectativas. Porém, não abro mão dos meus desejos e fantasias, pois eu tento realizá-los na medida do que é possível... Tudo o que é super, mega, over, eu deixo para discutir com o meu futuro terapeuta!!!

Como diria Millôr Fernandes, definitivamente, "o amor não é para amadores"!!! Concorda?!!!

4 comentários:

Aparecida Carmo disse...

Uia!!!!

Bom, devo dizer que “Nuno Miguel” foi uma lição de vida... e consegui sair do meu caos amoroso... kkkkkkkkkkkkkk
E hoje eu me sinto culpada por deixar “los pobres espanholitos”, árabes e quem quer que seja: malucos... pois sei o quanto é dolorido sentir-se preterido...
Mas melhor eles serem os preteridos do que eu sofrer... Divirto-me muito ao dizer não a todos... se bem que às vezes eu os provoco... mas no fim das contas a minha vontade hoje prevalece...

Adorei o texto mi amigo querido!!!!

Beijinhos para ti

Aparecida Carmo

Hérika disse...

CRESCIMENTO MEU QUERIDO.
E como é difícil manter a linha, mas tá provado com o tempo que tudo vai entrando nos eixos, e certas posições nas nossas relações só dependem de nós mesmos.
E vamos continuar nos fazendo bem meu amigo, escorregões são aceitáveis, mas a gente pode optar pelo sapato de sola de borracha né?
kkkkkkkkkk
Amo-te

Patricia disse...

Esse negócio de amor é complicado, rapaz!! Desisti de pensar a respeito.

Jefferson Xavier - Jex disse...

Pulafox!rsrs
excelente o seu texto Daniel. Digno de ser publicado numa grande revista de circulação nacional.
Vc tem mto potencial e concordo com 99,9% do q escreveu.

Dpois lhe digo o q num concordei...se te interessar kkkkk

abração!


"As lágrimas não reparam os erros!!!"

The Verve - Bitter Sweet Symphony (with lyrics)

♫ Pitty - Na sua estante

"Eu não ficaria bem na sua estante..."